ZERO HORA 25 de agosto de 2012 | N° 17172
EDITORIAL
Quando as autoridades estaduais de saúde alegam que o Sul registra cerca de 80% dos casos de gripe A e, por isso, deveria ser contemplado com um percentual equivalente de doses para imunizar a população, não estão defendendo um privilégio. O tratamento diferenciado se justifica por razões como as excessivas flutuações climáticas, que contribuem para mais registros de gripe e de infecções respiratórias. Ou, como definiu um dirigente da área médica, é preciso dar uma atenção especial nos locais em que o vírus circula e onde as pessoas acabam perdendo a vida. O inaceitável número de mortes por gripe A nos Estados sulinos torna injustificáveis políticas concebidas em âmbito nacional, exigindo mudanças imediatas com ênfase também na conscientização sobre o problema.
Um ano depois da tragédia provocada pela enfermidade, a ampla vacinação realizada em 2010 acabou reduzindo para zero o registro de casos. No ano passado e no atual, a redução do número de doses coincidiu com o aumento considerável de ocorrências e de mortes, o que é inaceitável. Enquanto uma só vida tiver condições de ser preservada, as autoridades de saúde precisam se esforçar ao máximo para que isso ocorra. O esforço inclui tanto cobertura vacinal quanto campanhas de conscientização, que chamem a atenção para a importância de providências singelas mas eficazes, como a de manter as mãos limpas para evitar o contágio e de procurar ajuda médica em tempo hábil diante dos primeiros sintomas.
O difícil, no caso, é convencer autoridades federais de que as condições climáticas do país e da Região Sul em particular não são exatamente semelhantes às registradas em Brasília. A população e as autoridades de saúde dos Estados sulinos, porém, precisam pressionar por mudanças nas ações contra a gripe A em 2013, para que possam ser colocadas em prática no devido tempo e de acordo com as necessidades da região.
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