GLOBO REPÓRTER, 13/12/2013 23h16 -
Equipe do Globo Repórter é barrada por seguranças em hospitais do Rio e de São Paulo. Entrar e ser atendido em hospitais, UPAs, postos de saúde pode ser difícil para os pacientes e complicado também para jornalistas.
No Rio de Janeiro, quem trabalha longe da praia, precisa ser craque.
Foi com uma microcâmera que produtores do Globo Repórter entraram na emergência do Hospital Federal do Andaraí e encontraram, em um sábado à noite, o 'doutor sem time'.
Médico: A equipe foi desfalcando, desfalcando, desfalcando. Aí o chefe de equipe tá de férias e não tem mais ninguém. Tô sozinho no plantão.
Globo Repórter: nesse hospital inteiro?
Médico: é.
Globo Repórter: Tá cheio aí dentro, doutor?
Médico: só de entubado tem sete, fora um monte de gente grave aí dentro. Eu não fechei, não. Pelo menos os que tão aqui dentro, e os que entrarem morrendo a gente vai atender, né?
A procuradora da República, Roberta Trajano, que trabalha na área da saúde, diz que o fechamento de leitos e a falta de concursos são problemas graves nos hospitais federais do Rio.
“Médico falta, falta enfermeiro, falta técnico de enfermagem. Não são feitos os concursos públicos que são necessários para a reposição desse pessoal na verdade”, destaca Roberta Trajano, procuradora da República.
Entrar e ser atendido em hospitais, UPAs, postos de saúde pode ser difícil para os pacientes e complicado também para jornalistas. Em cidades como SP e RJ, quando tentamos entrar sem aviso para ver a situação de momento em serviços de saúde, fomos barrados várias vezes
“Vocês estão trabalhando a gente também tá”, diz um segurança.
“Senhor, pode baixar a câmera, por favor”, afirma outro segurança.
Às vezes a proibição não vem assim de forma explícita. Em Acari, na zona norte do Rio de Janeiro, é o poder do tráfico de drogas que isola a população e encobre seus problemas. Furamos o cerco com uma pequena câmera escondida.
No Hospital Municipal Ronaldo Gazzola impera o mistério. Os produtores do programa circularam por corredores e descobriram alas inteiras completamente vazias. Enfermarias e consultórios - que fazem falta - compõe uma espécie de hospital fantasma dentro do hospital real e lotado. Oferta e demanda estão em conflito. Consulta marcada não é necessariamente consulta realizada.
“O próprio hospital marca 60 pessoas para um médico por dia”, diz uma enfermeira.
Apesar do que a equipe viu e ouviu, a direção do hospital nega que sejam agendadas 60 consultas para um único médico por dia. Sobre as alas fechadas, dizem que, originalmente, elas seriam usadas em atendimentos de emergência, mas como o perfil do hospital mudou, esse atendimento passou para outras unidades de saúde da região.
Equipe do Globo Repórter é barrada por seguranças em hospitais do Rio e de São Paulo. Entrar e ser atendido em hospitais, UPAs, postos de saúde pode ser difícil para os pacientes e complicado também para jornalistas.
No Rio de Janeiro, quem trabalha longe da praia, precisa ser craque.
Foi com uma microcâmera que produtores do Globo Repórter entraram na emergência do Hospital Federal do Andaraí e encontraram, em um sábado à noite, o 'doutor sem time'.
Médico: A equipe foi desfalcando, desfalcando, desfalcando. Aí o chefe de equipe tá de férias e não tem mais ninguém. Tô sozinho no plantão.
Globo Repórter: nesse hospital inteiro?
Médico: é.
Globo Repórter: Tá cheio aí dentro, doutor?
Médico: só de entubado tem sete, fora um monte de gente grave aí dentro. Eu não fechei, não. Pelo menos os que tão aqui dentro, e os que entrarem morrendo a gente vai atender, né?
A procuradora da República, Roberta Trajano, que trabalha na área da saúde, diz que o fechamento de leitos e a falta de concursos são problemas graves nos hospitais federais do Rio.
“Médico falta, falta enfermeiro, falta técnico de enfermagem. Não são feitos os concursos públicos que são necessários para a reposição desse pessoal na verdade”, destaca Roberta Trajano, procuradora da República.
Entrar e ser atendido em hospitais, UPAs, postos de saúde pode ser difícil para os pacientes e complicado também para jornalistas. Em cidades como SP e RJ, quando tentamos entrar sem aviso para ver a situação de momento em serviços de saúde, fomos barrados várias vezes
“Vocês estão trabalhando a gente também tá”, diz um segurança.
“Senhor, pode baixar a câmera, por favor”, afirma outro segurança.
Às vezes a proibição não vem assim de forma explícita. Em Acari, na zona norte do Rio de Janeiro, é o poder do tráfico de drogas que isola a população e encobre seus problemas. Furamos o cerco com uma pequena câmera escondida.
No Hospital Municipal Ronaldo Gazzola impera o mistério. Os produtores do programa circularam por corredores e descobriram alas inteiras completamente vazias. Enfermarias e consultórios - que fazem falta - compõe uma espécie de hospital fantasma dentro do hospital real e lotado. Oferta e demanda estão em conflito. Consulta marcada não é necessariamente consulta realizada.
“O próprio hospital marca 60 pessoas para um médico por dia”, diz uma enfermeira.
Apesar do que a equipe viu e ouviu, a direção do hospital nega que sejam agendadas 60 consultas para um único médico por dia. Sobre as alas fechadas, dizem que, originalmente, elas seriam usadas em atendimentos de emergência, mas como o perfil do hospital mudou, esse atendimento passou para outras unidades de saúde da região.
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