HUMBERTO TREZZI
SAÚDE ATENDIMENTO PRECÁRIO
EM CRISE FINANCEIRA crônica, o Parque Belém, na Capital, demitiu servidores e só mantém 60 dos 199 leitos disponíveis
Uma sucessão de reuniões na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tenta, há dias, evitar um problema para o serviço de saúde de Porto Alegre: o fechamento do Hospital Parque Belém, na Zona Sul.
Envolvido em uma crise financeira crônica, o estabelecimento demitiu mais de 30 funcionários em uma semana e suspendeu atendimento e internações para a maior parte das especialidades.
Estão sem atividade os setores de neurologia e traumatologia, assim como o atendimento de emergência. A pediatria já tinha fechado há mais de uma década. Três setores ainda funcionam: UTI, psiquiatria e dependência química – ali existe o Centro de Dependentes Químicos, que é referência estadual.
Situado no bairro Belém Velho, o hospital tem 199 leitos e, no ano passado, completou 70 anos de existência. Por falta de pagamento, médicos especializados em traumatologia e neurologia rescindiram contrato com o Parque Belém há dois meses. Os pacientes que estavam nas unidades de traumatologia e neurologia foram, então, transferidos para outros hospitais ou para a UTI, nos casos graves.
A unidade de terapia intensiva, que tem 20 leitos, está com apenas três deles ocupados, informa a SMS. Das 199 camas para pacientes existentes no Parque Belém, apenas 60 estão ocupadas, todas por dependentes químicos em tratamento psiquiátrico.
– Alguns médicos não recebiam salário há três meses e deixaram o serviço. Já os funcionários de outras áreas estão com vencimentos em dia, embora falte passagem de ônibus para alguns – revela um técnico de enfermagem do hospital, que prefere não se identificar.
Zero Hora procurou a direção do Parque Belém. A assessoria de imprensa informou que o presidente do hospital, Luiz Augusto Pereira, deve se manifestar na próxima semana, “possivelmente com boas novas”.
SALÁRIOS FINANCIADOS E COZINHA INTERDITADA
Os salários de quem trabalha no hospital estão sendo pagos mediante financiamento de R$ 5 milhões conseguido pela direção da unidade, informa o secretário municipal da Saúde, Carlos Casartelli, que há três anos realiza reuniões com a direção do Parque Belém para tentar contornar a crise.
Casartelli diz que a cozinha da instituição foi interditada há 30 dias pela Vigilância Sanitária Municipal. O hospital permaneceu aberto, sob condição de contratar uma empresa para fornecer alimentação, mas acabou usando um dos andares desocupados para organizar as refeições, o que foi considerado improvisação.
Até por esse motivo, parte da UTI também foi interditada, revela Casartelli. Ainda há falta de gerador, o que compromete a segurança dos pacientes, caso falte luz.
– Propus que sejam abertos 30 leitos de longa permanência e baixa complexidade, para evitar o fechamento – afirma Casartelli.
SAÚDE ATENDIMENTO PRECÁRIO
EM CRISE FINANCEIRA crônica, o Parque Belém, na Capital, demitiu servidores e só mantém 60 dos 199 leitos disponíveis
Uma sucessão de reuniões na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tenta, há dias, evitar um problema para o serviço de saúde de Porto Alegre: o fechamento do Hospital Parque Belém, na Zona Sul.
Envolvido em uma crise financeira crônica, o estabelecimento demitiu mais de 30 funcionários em uma semana e suspendeu atendimento e internações para a maior parte das especialidades.
Estão sem atividade os setores de neurologia e traumatologia, assim como o atendimento de emergência. A pediatria já tinha fechado há mais de uma década. Três setores ainda funcionam: UTI, psiquiatria e dependência química – ali existe o Centro de Dependentes Químicos, que é referência estadual.
Situado no bairro Belém Velho, o hospital tem 199 leitos e, no ano passado, completou 70 anos de existência. Por falta de pagamento, médicos especializados em traumatologia e neurologia rescindiram contrato com o Parque Belém há dois meses. Os pacientes que estavam nas unidades de traumatologia e neurologia foram, então, transferidos para outros hospitais ou para a UTI, nos casos graves.
A unidade de terapia intensiva, que tem 20 leitos, está com apenas três deles ocupados, informa a SMS. Das 199 camas para pacientes existentes no Parque Belém, apenas 60 estão ocupadas, todas por dependentes químicos em tratamento psiquiátrico.
– Alguns médicos não recebiam salário há três meses e deixaram o serviço. Já os funcionários de outras áreas estão com vencimentos em dia, embora falte passagem de ônibus para alguns – revela um técnico de enfermagem do hospital, que prefere não se identificar.
Zero Hora procurou a direção do Parque Belém. A assessoria de imprensa informou que o presidente do hospital, Luiz Augusto Pereira, deve se manifestar na próxima semana, “possivelmente com boas novas”.
SALÁRIOS FINANCIADOS E COZINHA INTERDITADA
Os salários de quem trabalha no hospital estão sendo pagos mediante financiamento de R$ 5 milhões conseguido pela direção da unidade, informa o secretário municipal da Saúde, Carlos Casartelli, que há três anos realiza reuniões com a direção do Parque Belém para tentar contornar a crise.
Casartelli diz que a cozinha da instituição foi interditada há 30 dias pela Vigilância Sanitária Municipal. O hospital permaneceu aberto, sob condição de contratar uma empresa para fornecer alimentação, mas acabou usando um dos andares desocupados para organizar as refeições, o que foi considerado improvisação.
Até por esse motivo, parte da UTI também foi interditada, revela Casartelli. Ainda há falta de gerador, o que compromete a segurança dos pacientes, caso falte luz.
– Propus que sejam abertos 30 leitos de longa permanência e baixa complexidade, para evitar o fechamento – afirma Casartelli.
Nenhum comentário:
Postar um comentário