ZERO HORA 27 de abril de 2015 | N° 18145
POLÍTICA + | Rosane de Oliveira
Apresentadas como uma solução para ampliar a oferta de serviços médicos de urgência e emergência, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) correm o risco de naufragar por falta de recursos no Rio Grande do Sul. Os prefeitos alegam que não têm condições de bancar a diferença entre o custo de funcionamento de uma UPA e o que recebem dos governos estadual e federal.
O presidente da Famurs, Seger Menegaz (PMDB), prefeito de Tapejara, resume a situação em uma sequência de frases:
– Quem tem projeto não quer construir. Quem está com obra em andamento não quer finalizar. Quem concluiu não quer inaugurar. E quem inaugurou corre o risco de ter de fechar as portas.
Amanhã, às 14h, os prefeitos vão se reunir na sede da Famurs com representantes do governo estadual para discutir a situação das UPAs. A ideia é tentar obter recursos com o governo federal, já que no Estado a torneira está fechada. A promessa, feita em 2013, de dobrar as verbas estaduais para o custeio não se concretizou.
Menegaz diz que o custo de manutenção mensal de uma UPA varia de R$ 450 mil a R$ 900 mil. E que os municípios estão arcando com a maior parte, principalmente nas unidades de médio e grande portes.
No Rio Grande do Sul, existem hoje 13 UPAs em funcionamento. Dez estão prontas, aguardando a inauguração ou a aquisição de equipamentos. Outras 22 estão em construção. Em Alegrete, o prefeito Erasmo Guterres (PMDB) alega que o município terá dificuldade de manter, nos próximos meses, as despesas da UPA inaugurada em 29 de dezembro de 2014. Em Santo Ângelo, o prédio está concluído, mas o prefeito Valdir Andres (PP) diz que não tem dinheiro para colocar a UPA em funcionamento. Já o prefeito de Campo Bom, Faisal Karam (PMDB), revela que desistiu da construção da UPA após avaliar o alto custo para o município.
O RIO GRANDE NO DIVÃ
Uma reflexão profunda sobre a identidade dos habitantes do Rio Grande do Sul e as implicações do seu jeito de ser e de se relacionar com o mundo é o foco do projeto Nós Outros Gaúchos. Trata-se de uma jornada de debates promovida pelo Instituto APPOA, da Associação Psicanalítica de Porto Alegre, e pelo Departamento de Difusão Cultural da UFRGS.
O primeiro será no dia 6 de maio, no Salão de Festas da Reitoria da UFRGS.
Especialistas de diferentes áreas vão discutir os traços culturais que estão na origem das tensões e que minam as relações de confiança, entravam as parcerias, produzem maniqueísmos belicosos e dificultam o desenvolvimento do Estado.
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