ZERO HORA 18/05/2015 | 18h59min
Espera de até 10 horas em emergências de Porto Alegre revolta pacientes. Hospitais operam com procura acima da capacidade e tentam minimizar demora para atendimento em casos de menor gravidade
por Caetanno Freitas
Área externa da emergência do Hospital de Clínicas tinha pacientes aguardando atendimento em macas e cadeiras de rodas Foto: Caetanno Freitas / Zero Hora
Superlotadas, as emergências dos principais hospitais de Porto Alegre tiveram mais um dia de movimentação intensa e testaram a paciência de quem procurava atendimento nesta segunda-feira. Em algumas instituições, como no Hospital de Clínicas, a espera para uma consulta chegava a 10 horas em casos de menor gravidade.
— Se não houver risco de vida, pode sentar e esperar umas 10 horas, pelo menos — disse um dos atendentes no balcão do Clínicas.
Na área externa, pacientes em macas e cadeiras de rodas aguardavam um chamado. Indignada com a situação, Irenita Tesche pediu uma ambulância para transferirem a mãe, que tem tumor na bexiga, para Gravataí, onde residem.
— Estou com a minha mãe nessa situação, debilitada na maca, e desde as oito da manhã no hospital, do lado de fora. É muito demorado. Uma vergonha.
No hospital Mãe de Deus, algumas especialidades não estavam atendendo durante a tarde, e os seguranças informavam os pacientes que a espera poderia chegar a seis horas. Um saguão abarrotado de gente refletia a situação que perdurava desde o início do dia.
No Moinhos de Vento, a espera poderia chegar a até cinco horas, informavam os atendentes. Com gripe e febre alta, Maria Cristina Lunardi aguardou por mais de três horas. Desistiu.
— Saí sem ser atendida. É revoltante. Um fracasso total — avaliou.
Já no Hospital de Pronto Socorro (HPS), um dos mais procurados para atendimentos do SUS, a sala de espera lotada dispensava qualquer tipo de explicação.
— Aqui é todo dia assim, moço — resumiu a atendente no balcão de informações.
Para reduzir a espera prolongada nas emergências, a prefeitura de Porto Alegre aposta no Protocolo de Manchester, que vem dando resultados com a classificação do grau de risco dos pacientes. De verde a vermelho, cores padronizam a gravidade dos casos.
A curto prazo, no entanto, a saída é aumentar a equipe médica e de enfermagem para melhorar o atendimento nos hospitais, como adianta Gerônimo Paludo, da coordenação de urgências da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
— Estamos trabalhando agora de forma mais intensa prevendo a chegada do inverno. A situação complica ainda mais. Então queremos incrementar as equipes para diminuir a espera da população.
A assessoria de imprensa do Hospital de Clínicas, afirmou que a superlotação é um problema diário enfrentado pela instituição e informou que o número de pacientes aguardando por atendimento era de 129 para 41 leitos disponíveis.
O Hospital Mãe de Deus disse que segue o Protocolo de Manchester e confirmou a espera prolongada na emergência.
A assessoria do Moinhos de Vento informou que o hospital prioriza o paciente em estado grave e com doenças de alta complexidade e destacou que a falta de acesso a outras formas de atendimento também amplia o problema enfrentado nas emergências.
Espera de até 10 horas em emergências de Porto Alegre revolta pacientes. Hospitais operam com procura acima da capacidade e tentam minimizar demora para atendimento em casos de menor gravidade
por Caetanno Freitas
Área externa da emergência do Hospital de Clínicas tinha pacientes aguardando atendimento em macas e cadeiras de rodas Foto: Caetanno Freitas / Zero Hora
Superlotadas, as emergências dos principais hospitais de Porto Alegre tiveram mais um dia de movimentação intensa e testaram a paciência de quem procurava atendimento nesta segunda-feira. Em algumas instituições, como no Hospital de Clínicas, a espera para uma consulta chegava a 10 horas em casos de menor gravidade.
— Se não houver risco de vida, pode sentar e esperar umas 10 horas, pelo menos — disse um dos atendentes no balcão do Clínicas.
Na área externa, pacientes em macas e cadeiras de rodas aguardavam um chamado. Indignada com a situação, Irenita Tesche pediu uma ambulância para transferirem a mãe, que tem tumor na bexiga, para Gravataí, onde residem.
— Estou com a minha mãe nessa situação, debilitada na maca, e desde as oito da manhã no hospital, do lado de fora. É muito demorado. Uma vergonha.
No hospital Mãe de Deus, algumas especialidades não estavam atendendo durante a tarde, e os seguranças informavam os pacientes que a espera poderia chegar a seis horas. Um saguão abarrotado de gente refletia a situação que perdurava desde o início do dia.
No Moinhos de Vento, a espera poderia chegar a até cinco horas, informavam os atendentes. Com gripe e febre alta, Maria Cristina Lunardi aguardou por mais de três horas. Desistiu.
— Saí sem ser atendida. É revoltante. Um fracasso total — avaliou.
Já no Hospital de Pronto Socorro (HPS), um dos mais procurados para atendimentos do SUS, a sala de espera lotada dispensava qualquer tipo de explicação.
— Aqui é todo dia assim, moço — resumiu a atendente no balcão de informações.
Para reduzir a espera prolongada nas emergências, a prefeitura de Porto Alegre aposta no Protocolo de Manchester, que vem dando resultados com a classificação do grau de risco dos pacientes. De verde a vermelho, cores padronizam a gravidade dos casos.
A curto prazo, no entanto, a saída é aumentar a equipe médica e de enfermagem para melhorar o atendimento nos hospitais, como adianta Gerônimo Paludo, da coordenação de urgências da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
— Estamos trabalhando agora de forma mais intensa prevendo a chegada do inverno. A situação complica ainda mais. Então queremos incrementar as equipes para diminuir a espera da população.
A assessoria de imprensa do Hospital de Clínicas, afirmou que a superlotação é um problema diário enfrentado pela instituição e informou que o número de pacientes aguardando por atendimento era de 129 para 41 leitos disponíveis.
O Hospital Mãe de Deus disse que segue o Protocolo de Manchester e confirmou a espera prolongada na emergência.
A assessoria do Moinhos de Vento informou que o hospital prioriza o paciente em estado grave e com doenças de alta complexidade e destacou que a falta de acesso a outras formas de atendimento também amplia o problema enfrentado nas emergências.
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