Stephen Stefani - Médico oncologista
Não é adequado venda de remédios em supermercados,
como proposto e recentemente aprovado no Senado. A proposta foi inserida
em um texto que tratava originalmente da desoneração de produtos para
portadores de necessidades especiais. Não questiono que há necessidade
de reengenharia tributária para desonerar medicamentos.
Tenho dito que o contexto atual de desmercantilização do acesso à saúde parece se contrapor à mercantilização da oferta/provisão. O sistema produtivo da saúde tem especial importância porque é constituído de inovação tecnológica e acúmulo de capital que gera oportunidades de investimento, trabalho, renda em um campo cujo objetivo final – em tese – é melhorar a saúde e a vida das pessoas. Cabe reforçar, entretanto, que os sistemas de saúde eficientes são resultados de uma complexa interação entre os processos científicos, políticos, sociais e econômicos.
A facilidade de automedicação, ou seja, “prescrito” por alguém sem treinamento adequado para compreender efeitos colaterais e interações medicamentosas – que este modelo de oferta traz tipicamente envolve, também, o “autodiagnóstico”. Pacientes, portanto, não só correm risco de tomar remédio inadequado, mas deixar de fazer o diagnóstico correto!
Temos que lutar para acesso ágil e eficiente a profissionais de saúde que possam orientar adequadamente o uso – ou não uso – de medicamentos apropriados. Deixar remédios disponíveis em prateleiras de supermercados é uma forma assustadora de reconhecer que não temos capacidade de modelos mais adequados. Definitivamente, não é o remédio certo.
Tenho dito que o contexto atual de desmercantilização do acesso à saúde parece se contrapor à mercantilização da oferta/provisão. O sistema produtivo da saúde tem especial importância porque é constituído de inovação tecnológica e acúmulo de capital que gera oportunidades de investimento, trabalho, renda em um campo cujo objetivo final – em tese – é melhorar a saúde e a vida das pessoas. Cabe reforçar, entretanto, que os sistemas de saúde eficientes são resultados de uma complexa interação entre os processos científicos, políticos, sociais e econômicos.
A facilidade de automedicação, ou seja, “prescrito” por alguém sem treinamento adequado para compreender efeitos colaterais e interações medicamentosas – que este modelo de oferta traz tipicamente envolve, também, o “autodiagnóstico”. Pacientes, portanto, não só correm risco de tomar remédio inadequado, mas deixar de fazer o diagnóstico correto!
Temos que lutar para acesso ágil e eficiente a profissionais de saúde que possam orientar adequadamente o uso – ou não uso – de medicamentos apropriados. Deixar remédios disponíveis em prateleiras de supermercados é uma forma assustadora de reconhecer que não temos capacidade de modelos mais adequados. Definitivamente, não é o remédio certo.
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