Roberto Brenol Andrade. Palavra do Leitor - JORNAL DO COMÉRCIO 21/05/2012
Luci Mari C. L. Jorge
Servidora da Ufrgs, mestranda em Docência Universitária na UTN de Buenos Aires
Em resposta às críticas sobre médicos formados no
exterior publicadas na coluna Palavra do Leitor do Jornal do Comércio,
edição de 9/5/2012, digo que no Brasil vivemos em um sistema de
corporações de profissionais, sendo esse fechado para adesões de novos
profissionais que entram no mercado para disputar valiosas vagas ou
espaços em branco que surjam oportunizando os jovens recém-formados que
precisam de uma oportunidade para crescer e até mesmo contribuir para a
ascensão do País.
Conforme P. Bordieu, a distinção social é notada
quando se percebe a relação do sistema escolar, os mais diplomados da
jovem geração dos quadros médios ou empregados (na maioria, oriundos das
classes populares ou médias) diferem daqueles que não são oriundos da
burguesia, uma relação com a cultura e, pelo menos, parcialmente, com o
mundo social que encontra seu fundamento em uma trajetória interrompida e
no esforço para prolongá-la ou restabelecê-la.
Percebe-se aqui uma
disputa nas predileções na posição social e uma hierarquia de diplomas,
aqueles que estão predispostos a ocupar as posições “bem pagas” ou
bem-sucedidas vêm de uma “boa” origem, têm berço. Deixando as posições
com menos prestígio ou menor remunerada aos “comuns”. Percebeu-se no
mandato do presidente Lula quando precisou de médicos para enviar aos
sertões nordestinos, não havia profissional disponível para ocupar as
vagas, sendo então necessário contratar médicos cubanos para atender
essa população que carecia de atendimento imediato.
Conclui-se que se
vive contemporaneamente uma disputa de classes ideológicas que a
burguesia ainda não abre mão de apenas querer ascender em privilégios,
mas não quer perder o prestígio para as classes insurgentes que agora
começam a despontar em nosso País, por isso a preocupação não só da
leitora Marinela Fortes, mas de todos aqueles que se sentem ameaçados
por futuros profissionais que aparecem dos países vizinhos, latinos,
para desempenharem suas funções laborais no Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário