ZERO HORA ONLINE 12/10/2012 | 17h55
Superlotação deixa pacientes indignados em unidade de saúde da Capital. Espera na UPA Moacyr Scliar, na zona norte da Capital, variava de cinco a seis horas para casos menos graves
Às 16h20min, mais de 60 pessoas aguardavam atendimento, algumas desde a manhã Foto: Andréa Graiz / upa,saúde,médico,falta de médico,atendimento,unidade de pronto atendimento
A recém-inaugurada Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Moacyr Scliar, na zona norte de Porto Alegre, foi palco de protestos de pacientes devido à superlotação nesta sexta-feira. Às 16h20min, mais de 60 pacientes aguardavam atendimento, alguns deles desde a manhã. A média de espera para os casos menos graves era de cinco a seis horas.
— Tem cachorro sendo melhor tratado do que nós — reclamou o aposentado Carlos Henrique Ferreira, 73 anos, morador do bairro Jardim Itu-Sabará.
Representantes do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) foram ao local verificar o que ocorria. A situação alarmou a diretora do Simers, Clarissa Bassin.
— Estou muito preocupada. Temo que isso vire um caldeirão — afirmou.
O problema é a falta de médicos. Naquele momento, o posto tinha três médicos prestando atendimento, quando deveriam ser pelo menos oito, conforme Clarissa. A assessoria jurídica do Simers estuda medidas legais a tomar.
A UPA da Zona Norte é gerida pelo Grupo Hospitalar Conceição (GHC). De acordo com o gerente de Pacientes Externos do Conceição, Robinson Menezes do Amaral, um problema no esgoto da sala de observação do hospital agravou a situação. O local, com capacidade para cem pacientes, teve de ser esvaziado. Os casos mais graves ficaram no Conceição, e os demais foram orientados a procurar os postos de saúde. A maioria acabou indo até a UPA.
A falta de médicos também é citada por Amaral como um problema. Ele disse que na tarde desta sexta-feira havia quatro médicos. Um novo concurso servirá para a contratação de mais profissionais até o final do ano.
No Brasil, a saúde pública é tratada com descaso, negligência e impostos altos em remédios e tudo o que faz bem à saúde. Médicos e agentes da saúde são poucos e mal pagos; As pessoas sofrem e morrem em filas, corredores de ambulatórios e postos de saúde; As perícias são demoradas e burocracia exagerada; Há falta de leitos, UTI, equipamentos, tecnologia, hospitais e postos de saúde apropriados para a demanda; A impunidade da corrupção desvia recursos e incentiva as fraudes.
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
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