terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

LEITOS FECHADOS POR FALTA DE PESSOAL, MESMO FALTANDO LEITOS PARA PACIENTES

G1 18/02/2014 16h25

Vistoria detecta falta de pessoal no Hospital Presidente Vargas, no RS. '50% dos leitos do hospital estão fechados', diz representante do Simpa. Em outros locais do hospital, entretanto, há falta de leitos para pacientes.

Do G1 RS




Em vistoria realizada nesta terça-feira no Hospital Materno Infantil Getúlio Vargas, em Porto Alegre, vereadores da Comissão de Saúde (Cosmam) da Câmara Municipal da capital encontraram falta de leitos em alguns setores e leitos sobrando em outros por carência de recursos humanos. Segundo o vereador Thiago Duarte, que também é médico, faltam pelo menos 120 profissionais de enfermagem para que o hospital funcione com sua capacidade plena.

Na visita que fizeram aos 13 andares do HPV, os membros da Cosmam verificaram que na UTI Neonatal, que tem capacidade para dez leitos, havia 25 pacientes. "Estamos operando com 130% além da nossa capacidade", disse a médica chefe da UTI Neonatal, Isabel Marshall.

No quinto andar do prédio, porém, a situação é inversa, pois praticamente todo o setor estava vazio, com cerca de 28 leitos vagos por falta de profissionais para atendimento a pacientes. "Cerca de 50% dos leitos do hospital estão fechados por falta de pessoal", disse a técnica em enfermagem do HPV e representante do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), Fabiana Sanguiné. "No ano passado, a Câmara aprovou projeto do Executivo para contratação de técnicos de enfermagem. O concurso foi feito, mas até agora os aprovados não foram chamados", cobrou Duarte.

O representante do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-RS), Ricardo Rivero, que acompanhou a visita, relatou que desde fevereiro de 2013 a entidade vem cobrando do HPS o resultado do cálculo de dimensionamento, dado essencial para saber quais as carências de profissionais da área de enfermagem do hospital. Até agora, segundo ele, não houve resposta para a solicitação do Conselho.

Para o diretor do Simers, Jorge de Souza, a situação do Presidente Vargas é preocupante por causa do desmonte que a unidade vem sofrendo. "Parece um hospital fantasma", afirmou ele, lembrando que os problemas da instituição só pioraram desde 2011, quando os trabalhadores vinculados à Fugast tiveram de deixar o hospital.

Segundo Thiago Duarte, outro problema existente no hospital é a falta de um setor de patologia. Por conta disso, exames de pacientes do HPV têm de ser realizados em outro hospital. "Uma paciente em cirurgia para retirar câncer de mama, por exemplo, fica esperando na mesa cirúrgica enquanto o material retirado dela é levado à Santa Casa para análise. Concluído o exame, o resultado é passado por telefone para a equipe médica do HPV. Durante este tempo, a paciente fica aberta, em anestesia geral". Para o vereador, todo este procedimento poderia ser evitado se houvesse um patologista e um equipamento que custa cerca de R$ 40 mil.

O G1 entrou em contato com a Secretaria Municipal da Saúde e aguarda uma posição da pasta.

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