OPINIÃO ZH - 02 de maio de 20140
Saúde não
é mesmo
prioridade
para a gestão
federal
CLAUDIO BALDUÍNO FRANZEN
Representante do Rio Grande do Sul no Conselho Federal de Medicina
Os números estão no orçamento do Ministério da Saúde, que não esconde sua política de sucateamento da rede pública brasileira. Nesta lógica perversa, pela qual se procurou transformar o médico que atua no SUS em bode expiatório da crise da assistência, fica clara a preferência por projetos que primam pela mídia, mas estão longe de melhorar a vida da população.
Todos conhecem a realidade dos hospitais públicos sucateados. Apesar de milionárias campanhas publicitárias, com a presença de atores famosos, verifica-se que a precariedade na saúde persiste. A última pérola reluz bem perto: atingiu o bolso dos hospitais federais, reconhecidamente sempre no vermelho.
Em 2014, até o momento, o somatório dos gastos do Ministério da Saúde com todas as redes de hospitais federais do país chega a R$ 300 milhões. Enquanto isso, R$ 560 milhões foram repassados para a Opas pagar a vinda de intercambistas dentro do programa Mais Médicos.
Só que a tão celebrada vinda de intercambistas cubanos não mudou em nada o quadro atual da assistência à população, com a superlotação das urgências e emergências, a falta de leitos para internação e a fila de espera por cirurgias, além de outras mazelas. Por outro lado, a tabela de honorários do SUS, que remunera atos médicos e despesas hospitalares, se encontra congelada desde 1995, tornando inviável o atendimento à população.
Trata-se de um quadro que penaliza o paciente brasileiro e só traz vantagens para Cuba, que leva o dinheiro do contribuinte para sanear suas contas. Como se observa, a saúde não é mesmo prioridade para a gestão federal, em que pese sua propaganda enganosa.
Tudo isto que estamos vivenciando atualmente no Brasil só começará a mudar na proporção em que a população tiver chance de ter uma educação (aquisição de conhecimento) adequada e civilizada e não, ser submetida a uma lavagem cerebral ideológicamente retrógrada.
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