DIÁRIO GAÚCHO 27/06/2014 | 05h01
Medidas são tomadas após rapto de recém-nascida na última terça-feira, na Santa Casa da Capital
Mulher saiu do hospital com o bebê no coloFoto: Divulgação / Polícia Civil
Nilson Mariano
O sequestro da pequena Bárbara do Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia, na terça-feira, em Porto Alegre, acionou o alerta em maternidades do Estado. A subtração de bebês é rara, mas, quando acontece, traumatiza mães e pais, alvoroça hospitais e mobiliza até o último policial de plantão.
O episódio da nenê Bárbara, levada ao completar dois dias de vida, teve um desfecho feliz. Foi devolvida no dia seguinte aos braços da mãe, Viviane Beatriz Casagrande, enquanto a mulher suspeita do crime era presa. No entanto, diretores de maternidades trataram de apertar a vigilância.
O Hospital Moinhos de Vento (HMV) afirma que procura se aperfeiçoar constantemente, e reconferiram se os procedimentos. A superintendente assistencial da entidade, Vania Röhsig, diz que foi para se prevenir de uma possível organização para roubos em série. A presença de estrangeiros na cidade, em função da Copa do Mundo, também foi considerada, porque bebês são alvos do tráfico internacional.
A preocupação é permanente. Vania informa que o HMV investiu R$ 1 milhão num circuito interno de TV. Todas as mães e todos os bebês são identificados por pulseiras. Ninguém entra no hospital sem passar por catracas e seguranças treinados. Cada porta de maternidade está guardada por um vigilante, 24 horas.
Periodicamente, o HMV simula um rapto de bebê, utilizando uma boneca e pessoas fora do quadro de funcionários. É para testar a reação do esquema de segurança diante da emergência.
– Felizmente, (o sequestrador) nunca conseguiu sair do hospital – destaca Vania.
Os cuidados são rotineiros, porque nenhum hospital estaria livre de um sequestrador. A própria Santa Casa tem um protocolo de identificação das pessoas, e a entrada e a saída da maternidade ocorrem no mesmo local. Nenhuma mãe pode deixar o prédio com o filho sem apresentar a nota de alta. Após o ocorrido, a instituição investigar o que ocorreu.
Cada instituição tem suas regras, de acordo com as características do prédio. O Hospital Fêmina dispõe de um cartório dentro da sede, o que permite registrar a criança logo após o nascimento. O gerente de administração, Leandro Barcellos, diz que o Fêmina oferece apenas uma porta de acesso, o que facilita o controle de visitantes.
– Já houve caso em que os pais ficaram furiosos, porque queriam ir embora com o recém-nascido e não tinham os documentos. É constrangedor, mas foram barrados até esclarecerem a situação – comenta Barcellos.
Na maternidade do Hospital Conceição, que realiza 360 partos por mês, a identificação das pessoas, o controle das portarias e o olho das câmeras são intensos. O gerente de administração, Alexander Lopes da Cunha, diz que estuda implantar catracas, roletas e portas com sistema eletrônico.
– Nunca houve furto de criança no Conceição – garante Cunha.
Na Santa Casa
Como foi o sequestro
> Vestindo um guarda-pó branco, a mulher entrou no quarto onde estava o bebê e se identificou como uma profissional da saúde que levaria Bárbara para um procedimento.
> A mãe, Viviane Beatriz Casagrande, entregou a criança. Mas, como ficou desconfiada, foi à porta e viu a mulher saindo do ambiente dos quartos.
> Viviane procurou os enfermeiros, que informaram que não havia nenhum procedimento previsto. Neste momento, iniciou-se a busca.
> Enquanto transitava por um corredor interno, a mulher foi abordada por funcionários do hospital e informou que estava em tratamento com a filha. A possibilidade de ela ser a responsável por levar o bebê foi afastada, já que usava roupa diferente da de quando foi ao quarto.
> Ao ser questionada sobre seus documentos, ela informou que os tinha deixado com o marido no carro.
> Pela cor do cobertor, a equipe do hospital percebeu que o bebê que ela levava era Bárbara. No entanto, a sequestradora já havia entrado no táxi.
Protocolo de segurança
> A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre comunicou, no fim da manhã de quarta-feira, que apurava o sequestro da menina recém-nascida. Em nota, a instituição também pediu desculpas à família de Bárbara.
> É obrigatório, por todos os funcionários, o uso de crachá de identificação, que tem foto e logotipo da instituição. A mulher não usava crachá.
> Protocolos de segurança são elaborados por cada instituição, não por uma determinação geral.
> Os funcionários da maternidade não têm um uniforme personalizado no Hospital Santa Clara. São usados jalecos brancos. A identificação fica por conta do crachá.
> Para sair com uma criança, a mãe tem de apresentar nota de alta na portaria. A Santa Casa apura se a sequestradora saiu junto de outras pessoas e não foi notada.
Medidas são tomadas após rapto de recém-nascida na última terça-feira, na Santa Casa da Capital
Mulher saiu do hospital com o bebê no coloFoto: Divulgação / Polícia Civil
Nilson Mariano
O sequestro da pequena Bárbara do Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia, na terça-feira, em Porto Alegre, acionou o alerta em maternidades do Estado. A subtração de bebês é rara, mas, quando acontece, traumatiza mães e pais, alvoroça hospitais e mobiliza até o último policial de plantão.
O episódio da nenê Bárbara, levada ao completar dois dias de vida, teve um desfecho feliz. Foi devolvida no dia seguinte aos braços da mãe, Viviane Beatriz Casagrande, enquanto a mulher suspeita do crime era presa. No entanto, diretores de maternidades trataram de apertar a vigilância.
O Hospital Moinhos de Vento (HMV) afirma que procura se aperfeiçoar constantemente, e reconferiram se os procedimentos. A superintendente assistencial da entidade, Vania Röhsig, diz que foi para se prevenir de uma possível organização para roubos em série. A presença de estrangeiros na cidade, em função da Copa do Mundo, também foi considerada, porque bebês são alvos do tráfico internacional.
A preocupação é permanente. Vania informa que o HMV investiu R$ 1 milhão num circuito interno de TV. Todas as mães e todos os bebês são identificados por pulseiras. Ninguém entra no hospital sem passar por catracas e seguranças treinados. Cada porta de maternidade está guardada por um vigilante, 24 horas.
Periodicamente, o HMV simula um rapto de bebê, utilizando uma boneca e pessoas fora do quadro de funcionários. É para testar a reação do esquema de segurança diante da emergência.
– Felizmente, (o sequestrador) nunca conseguiu sair do hospital – destaca Vania.
Os cuidados são rotineiros, porque nenhum hospital estaria livre de um sequestrador. A própria Santa Casa tem um protocolo de identificação das pessoas, e a entrada e a saída da maternidade ocorrem no mesmo local. Nenhuma mãe pode deixar o prédio com o filho sem apresentar a nota de alta. Após o ocorrido, a instituição investigar o que ocorreu.
Cada instituição tem suas regras, de acordo com as características do prédio. O Hospital Fêmina dispõe de um cartório dentro da sede, o que permite registrar a criança logo após o nascimento. O gerente de administração, Leandro Barcellos, diz que o Fêmina oferece apenas uma porta de acesso, o que facilita o controle de visitantes.
– Já houve caso em que os pais ficaram furiosos, porque queriam ir embora com o recém-nascido e não tinham os documentos. É constrangedor, mas foram barrados até esclarecerem a situação – comenta Barcellos.
Na maternidade do Hospital Conceição, que realiza 360 partos por mês, a identificação das pessoas, o controle das portarias e o olho das câmeras são intensos. O gerente de administração, Alexander Lopes da Cunha, diz que estuda implantar catracas, roletas e portas com sistema eletrônico.
– Nunca houve furto de criança no Conceição – garante Cunha.
Na Santa Casa
Como foi o sequestro
> Vestindo um guarda-pó branco, a mulher entrou no quarto onde estava o bebê e se identificou como uma profissional da saúde que levaria Bárbara para um procedimento.
> A mãe, Viviane Beatriz Casagrande, entregou a criança. Mas, como ficou desconfiada, foi à porta e viu a mulher saindo do ambiente dos quartos.
> Viviane procurou os enfermeiros, que informaram que não havia nenhum procedimento previsto. Neste momento, iniciou-se a busca.
> Enquanto transitava por um corredor interno, a mulher foi abordada por funcionários do hospital e informou que estava em tratamento com a filha. A possibilidade de ela ser a responsável por levar o bebê foi afastada, já que usava roupa diferente da de quando foi ao quarto.
> Ao ser questionada sobre seus documentos, ela informou que os tinha deixado com o marido no carro.
> Pela cor do cobertor, a equipe do hospital percebeu que o bebê que ela levava era Bárbara. No entanto, a sequestradora já havia entrado no táxi.
Protocolo de segurança
> A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre comunicou, no fim da manhã de quarta-feira, que apurava o sequestro da menina recém-nascida. Em nota, a instituição também pediu desculpas à família de Bárbara.
> Apesar de haver um funcionário na portaria da maternidade 24 horas, as visitas não são todas identificadas. A sequestradora se aproveitou disso para acessar o quarto.
> É obrigatório, por todos os funcionários, o uso de crachá de identificação, que tem foto e logotipo da instituição. A mulher não usava crachá.
> Protocolos de segurança são elaborados por cada instituição, não por uma determinação geral.
> Os funcionários da maternidade não têm um uniforme personalizado no Hospital Santa Clara. São usados jalecos brancos. A identificação fica por conta do crachá.
> Para sair com uma criança, a mãe tem de apresentar nota de alta na portaria. A Santa Casa apura se a sequestradora saiu junto de outras pessoas e não foi notada.
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