Dilma sanciona lei que fixa gastos com a saúde pública - JORNAL DO COMERCIO, 17/01/2012
Dilma Rousseff sancionou nova legislação vetando 15 dispositivos
Com 15 vetos, a presidente Dilma Rousseff sancionou ontem a regulamentação da emenda constitucional que fixa os gastos obrigatórios do governo federal, dos estados e dos municípios com o sistema público de saúde - a Emenda 29.
A nova lei define quais ações podem ser contabilizadas como gastos em saúde e prevê punição para quem descumprir as novas regras.
Pelo texto aprovado pelo Congresso Nacional em dezembro, permanece para a União a regra de que o governo deve aplicar na saúde o valor empenhado (reservado para gasto) no orçamento anterior, acrescido da variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB).
Um dos vetos da lei, sugerido pelos ministérios do Planejamento e da Fazenda, retirou o artigo que prevê "créditos adicionais" para a saúde na hipótese de revisão do valor nominal do PIB.
Segundo os ministérios, "a necessidade de constante alteração nos valores a serem destinados à saúde pela União pode gerar instabilidade na gestão fiscal e orçamentária". A proposta terá maior impacto nos cofres dos estados. O percentual obrigatório que eles devem investir é 12% da receita.
Mas, a partir de agora, eles não poderão contabilizar como gastos de saúde despesas como o pagamento de aposentadorias e restaurantes populares para alcançar esse percentual. A expectativa é que para cumprir as novas regras os governadores e prefeitos vão desembolsar R$ 3 bilhões ao ano.
Durante a tramitação da lei no Congresso, deputados federais e senadores derrubaram da proposta a previsão para a criação de um novo imposto para a saúde, chamado de Contribuição Social à Saúde (CSS).
A Câmara dos Deputados já tinha deixado a CSS sem a base de cálculo, na prática inviabilizando a cobrança do novo tributo. Mas o texto como fora aprovado pelos deputados ainda permitiria que um projeto de lei complementar apresentado ao Congresso pudesse instituir a base de cálculo para o imposto.
Com as mudanças feitas no Senado, no entanto, a criação de um novo tributo terá que começar do zero.
Entre os vetos na lei, cinco fazem referências à CSS. A justificativa é que como o imposto foi retirado no Congresso, tais trechos carecem "de qualquer efeito prático".
No Brasil, a saúde pública é tratada com descaso, negligência e impostos altos em remédios e tudo o que faz bem à saúde. Médicos e agentes da saúde são poucos e mal pagos; As pessoas sofrem e morrem em filas, corredores de ambulatórios e postos de saúde; As perícias são demoradas e burocracia exagerada; Há falta de leitos, UTI, equipamentos, tecnologia, hospitais e postos de saúde apropriados para a demanda; A impunidade da corrupção desvia recursos e incentiva as fraudes.
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
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