sábado, 9 de agosto de 2014

O FIM DA CONSULTA DE TRÊS MINUTOS













ZERO HORA 09 de agosto de 2014 | N° 17885. ARTIGO


LUÍS CARLOS BOLZAN*



A sensibilidade às demandas sociais é inerente à boa gestão pública. Diante da escassez de médicos no país, dada a insuficiente formação proporcionada pelo mercado para atender às demandas sociais em saúde, o governo federal, através do Programa Mais Médicos, está possibilitando uma ampla ressignificação da assistência à população, não se restringindo apenas ao provimento de profissionais. Estão sendo abertas 11,5 mil novas vagas em graduações de Medicina e outras 12 mil em residências médicas, além de que o foco no sistema público de saúde, antes esquecido, volta a ser debatido.

Contudo, por desinformação ou má-fé, dirigentes da categoria médica têm difundido, sistematicamente, informações equivocadas, deixando extrapolar uma visão limitada e corporativista sobre a verdadeira função do sistema público de saúde, que, ao certo, não deve estar a serviço de categorias, mas, sim, voltado ao melhor atendimento possível à população.

É fato que o Mais Médicos está proporcionando a ampliação do acesso aos serviços médicos na Atenção Básica, com o provimento de profissionais de outros países em áreas onde, até então, médicos brasileiros não se dispunham a atender. No Rio Grande do Sul, a cobertura de equipes de Saúde da Família, apenas neste ano, está saltando de 40% para mais de 70%. Outro dado que comprova o acerto da medida adotada pelo governo federal é que 77% dos municípios do Estado, administrados pelos mais diferentes partidos, aderiram ao programa, superando, inclusive, barreiras ideológicas.

Mas o mais importante está no alto índice de satisfação da população. Pesquisa nacional CNT/MDA, divulgada ainda no final de 2013, já apontava a aprovação de 84,3% ao programa. O clima de guerra fria que sai de armários do conservadorismo cheirando a naftalina não combina com o espírito universalista e solidário proporcionado pelo Mais Médicos. Agora, as consultas não se restringem a meros três minutos pela pressa do médico em deixar a unidade de saúde para atender em serviço particular. O absoluto êxito do programa está em proporcionar uma assistência mais humana e presente à população. Algo simples de se entender.


*PRESIDENTE DO CONSELHO DAS SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL (COSEMS/RS)

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