ZERO HORA 12/01/2015 | 07h49
Cirurgias cardíacas foram feitas com implantes vencidos em Itajaí. Distribuidores oferecerem comissões maiores conforme validade dos produtos se aproxima do limite
por Giovani Grizotti
Ex-vendedora de uma fornecedora de implantes diz que distribuidores costumam oferecer comissões maiores conforme a data do prazo de validade dos produtos se aproxima do limite Foto: Reprodução / TV Globo
Pagamento de altas comissões a médicos e até colocação de implantes com validade vencida fazem parte de negociatas com distribuidores de produtos na área cardíaca, mostrou neste domingo o Fantástico, em reportagem produzida pela RBS TV. No domingo passado, licitações direcionadas e cirurgias desnecessárias foram tema de primeira reportagem sobre esquema de fraudes na saúde.
Ex-vendedor de uma empresa gaúcha que distribui implantes para o coração revelou que os médicos chegam a receber até R$ 3,5 mil por stent indicado a pacientes.
— Então, tu imagina ele colocando 10 em um mês — afirma.
Em Santa Catarina, a reportagem localizou uma ex-vendedora de uma fornecedora de implantes do Rio, que fez mais uma denúncia: distribuidores costumam oferecer comissões maiores conforme a data do prazo de validade dos produtos se aproxima do limite.
Segundo a ex-vendedora, pacientes do Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí (SC), chegaram a receber stents nessas condições. A partir de cópias de e-mails e planilhas da empresa entregues por ela, a reportagem repassou ao hospital uma lista com nomes de pacientes. Uma sindicância interna, em andamento, já confirmou: pelo menos dois deles receberam stents vencidos.
— Jamais esperávamos que uma situação dessa pudesse ter acontecido. Os pacientes estão sendo acompanhados — diz a assessora jurídica do hospital, Zilda Bueno.
Em Uberlândia (MG), uma investigação da Polícia Federal mostrou que médicos também recebiam comissões de fornecedores de marca-passos. A reportagem teve acesso aos documentos ainda não examinados pelo Ministério Público Federal (MPF). O custo de um parafuso pedicular, utilizado em cirurgias de coluna, foi importado pelo equivalente a R$ 260. No RS, chegou a ser vendido por quase R$ 4 mil, uma diferença superior a 1.400%.
Cirurgias cardíacas foram feitas com implantes vencidos em Itajaí. Distribuidores oferecerem comissões maiores conforme validade dos produtos se aproxima do limite
por Giovani Grizotti
Ex-vendedora de uma fornecedora de implantes diz que distribuidores costumam oferecer comissões maiores conforme a data do prazo de validade dos produtos se aproxima do limite Foto: Reprodução / TV Globo
Pagamento de altas comissões a médicos e até colocação de implantes com validade vencida fazem parte de negociatas com distribuidores de produtos na área cardíaca, mostrou neste domingo o Fantástico, em reportagem produzida pela RBS TV. No domingo passado, licitações direcionadas e cirurgias desnecessárias foram tema de primeira reportagem sobre esquema de fraudes na saúde.
Ex-vendedor de uma empresa gaúcha que distribui implantes para o coração revelou que os médicos chegam a receber até R$ 3,5 mil por stent indicado a pacientes.
— Então, tu imagina ele colocando 10 em um mês — afirma.
Em Santa Catarina, a reportagem localizou uma ex-vendedora de uma fornecedora de implantes do Rio, que fez mais uma denúncia: distribuidores costumam oferecer comissões maiores conforme a data do prazo de validade dos produtos se aproxima do limite.
Segundo a ex-vendedora, pacientes do Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí (SC), chegaram a receber stents nessas condições. A partir de cópias de e-mails e planilhas da empresa entregues por ela, a reportagem repassou ao hospital uma lista com nomes de pacientes. Uma sindicância interna, em andamento, já confirmou: pelo menos dois deles receberam stents vencidos.
— Jamais esperávamos que uma situação dessa pudesse ter acontecido. Os pacientes estão sendo acompanhados — diz a assessora jurídica do hospital, Zilda Bueno.
Em Uberlândia (MG), uma investigação da Polícia Federal mostrou que médicos também recebiam comissões de fornecedores de marca-passos. A reportagem teve acesso aos documentos ainda não examinados pelo Ministério Público Federal (MPF). O custo de um parafuso pedicular, utilizado em cirurgias de coluna, foi importado pelo equivalente a R$ 260. No RS, chegou a ser vendido por quase R$ 4 mil, uma diferença superior a 1.400%.
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