ZERO HORA ONLINE 24/04/2014 | 11h29
Duas mulheres morrem no Husm à espera de leitos de UTI. Há cinco dias, pronto-socorro do maior hospital da Região Central está superlotado e só recebe pacientes de traumatologia grave
Foto: fernando Ramos / Agencia RBS
Marilice Daronco
Operando o drobro de sua capacidade, o pronto-socorro do maior hospital público da Região Central só interna pacientes com traumatologia grave desde o último domingo. Um dos gargalos da superlotação do PS do Hospital Universitário de Santa Maria é a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Nesta quarta-feira, morreram duasdas oito pacientes internadas no PS que esperavam por um leito de UTI.
Uma das mulheres tinha 40 anos e estava internada há 48 dias. De acordo com o hospital, ela recebia cuidados paliativos por tratar-se de uma doença terminal. A outra paciente tinha 87 anos, estava internada há dois dias e sofria de uma doença cardíaca grave. As famílias não se manifestaram sobre qualquer tipo de negligência por parte do hospital.
_ Foram tomadas todas as medidas para que elas fossem mantidas vivas, mas, em relação a uma delas, não havia mais tratamento que pudesse beneficiá-la. Em relação à outra, a família preferia que os médicos não fizessem procedimentos muito invasivos por se tratar de uma paciente com mais de 80 anos _ afirma a diretora de enfermagem do hospital, Soeli Guerra.
De acordo com Soeli, a espera pela UTI não interferiu nas mortes:
_ Sempre temos pacientes aguardando leitos de UTI. Mas, por mais que o paciente que precisa desse cuidado não encontre esse tipo de leito disponível, ofertamos assistência como se na UTI ele estivesse, com equipe médica permanente. O prejuízo é para a organização do cuidado. Sem dúvida, é melhor que o paciente que precisa desse atendimento esteja na UTI para que ele não fique em um ambiente aberto, com outras pessoas, que não têm a mesma necessidade e que podem se impressionar em terem ao lado alguém em um respirador, por exemplo.
A diretora de enfermagem também afirma que o risco de contaminação dos pacientes que precisam de UTI, mas estão no PS, não é maior.
_ No Husm, são aplicadas normas de controle de infecção em todos os setores. Além disso, a tecnologia de ventilação mecânica faz com que os equipamentos sejam instalados em sistemas fechados, que não têm contato externo _ explica Soeli.
Em relação aos equipamentos, Soeli também garante que o acesso a eles independe da internação na UTI.
_ Não estar internado na UTI não significa que a pessoa não tenha o cuidado adequado. Em relação aos equipamentos, um exemplo são os respiradores. Não temos respirados nas unidades e, sim, em uma central. Sempre que é necessário, eles são solicitados e levados até onde os pacientes estão, seja na UTI ou fora dela _ garante a enfermeira.
DIÁRIO DE SANTA MARIA
Duas mulheres morrem no Husm à espera de leitos de UTI. Há cinco dias, pronto-socorro do maior hospital da Região Central está superlotado e só recebe pacientes de traumatologia grave
Foto: fernando Ramos / Agencia RBS
Marilice Daronco
Operando o drobro de sua capacidade, o pronto-socorro do maior hospital público da Região Central só interna pacientes com traumatologia grave desde o último domingo. Um dos gargalos da superlotação do PS do Hospital Universitário de Santa Maria é a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Nesta quarta-feira, morreram duasdas oito pacientes internadas no PS que esperavam por um leito de UTI.
Uma das mulheres tinha 40 anos e estava internada há 48 dias. De acordo com o hospital, ela recebia cuidados paliativos por tratar-se de uma doença terminal. A outra paciente tinha 87 anos, estava internada há dois dias e sofria de uma doença cardíaca grave. As famílias não se manifestaram sobre qualquer tipo de negligência por parte do hospital.
_ Foram tomadas todas as medidas para que elas fossem mantidas vivas, mas, em relação a uma delas, não havia mais tratamento que pudesse beneficiá-la. Em relação à outra, a família preferia que os médicos não fizessem procedimentos muito invasivos por se tratar de uma paciente com mais de 80 anos _ afirma a diretora de enfermagem do hospital, Soeli Guerra.
De acordo com Soeli, a espera pela UTI não interferiu nas mortes:
_ Sempre temos pacientes aguardando leitos de UTI. Mas, por mais que o paciente que precisa desse cuidado não encontre esse tipo de leito disponível, ofertamos assistência como se na UTI ele estivesse, com equipe médica permanente. O prejuízo é para a organização do cuidado. Sem dúvida, é melhor que o paciente que precisa desse atendimento esteja na UTI para que ele não fique em um ambiente aberto, com outras pessoas, que não têm a mesma necessidade e que podem se impressionar em terem ao lado alguém em um respirador, por exemplo.
A diretora de enfermagem também afirma que o risco de contaminação dos pacientes que precisam de UTI, mas estão no PS, não é maior.
_ No Husm, são aplicadas normas de controle de infecção em todos os setores. Além disso, a tecnologia de ventilação mecânica faz com que os equipamentos sejam instalados em sistemas fechados, que não têm contato externo _ explica Soeli.
Em relação aos equipamentos, Soeli também garante que o acesso a eles independe da internação na UTI.
_ Não estar internado na UTI não significa que a pessoa não tenha o cuidado adequado. Em relação aos equipamentos, um exemplo são os respiradores. Não temos respirados nas unidades e, sim, em uma central. Sempre que é necessário, eles são solicitados e levados até onde os pacientes estão, seja na UTI ou fora dela _ garante a enfermeira.
DIÁRIO DE SANTA MARIA
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