sábado, 27 de setembro de 2014

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TRANSPLANTES



ZH 27 de setembro de 2014 | N° 17935


ROBERTO CERATTI MANFRO




Em 28 de setembro, comemoramos o Dia Nacional de Doação de Órgãos. Nesse dia, ações são realizadas para esclarecer a população sobre a importância da doação. Os transplantes tornaram-se procedimentos eficazes, salvando ou melhorando as vidas de centenas de milhares de pessoas. Atualmente, transplantes de órgãos e tecidos são rotineiros em todos os países minimamente desenvolvidos. Pessoas cujos rins, fígados, corações, pulmões e pâncreas deixam de funcionar são salvas pelos transplantes. Várias doenças graves são tratadas por transplantes de medula óssea, e milhares de indivíduos voltam a ver o mundo graças às córneas doadas. Todos esses transplantes só são possíveis devido às doações, autorizadas por familiares, após a morte de uma pessoa querida.

O Brasil detém o segundo maior programa de transplantes do mundo. No entanto, corrigindo para o tamanho da população, nossas taxas de doação e de transplantes ainda têm muito espaço para crescer. No ano de 2013, o Brasil registrou 13,2 doadores por milhão de habitantes, e embora essa taxa tenha dobrado nos últimos seis anos, ela ainda está muito aquém do que se precisa para atender, com eficiência, às necessidades da população. Pode-se comparar esses números com os apresentados por países líderes em doação, com taxas na ordem de 25 a 35 doadores por milhão de habitantes. Por outro lado, o Estado do Rio Grande do Sul, um dos líderes nacionais em transplantes, apresenta taxas de captação de órgãos em crescimento inferior ao observado nos outros Estados brasileiros líderes.

Dessa forma, especialmente no dia dedicado à causa das doações, devemos reconhecer e manifestar o nosso profundo respeito e admiração aos doadores e a seus familiares, que, no momento de grande dor, consentem a doação dos órgãos e tecidos, permitindo a celebração da vida por pessoas desconhecidas. Lembramos que a doação é um ato altruísta, esclarecido e cidadão, e, por fim, chamamos a atenção para o fato de que as políticas de saúde devem contemplar enfaticamente as doações, pois, sem elas, não há transplantes, e sem transplantes, para muitos, não há mais nada.

Médico, vice-presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO)

Nenhum comentário:

Postar um comentário