JORNAL DO COMÉRCIO 12/09/2014
Hospitais podem parar de atender pelo IPE a partir desta sexta-feira
Suzy Scarton
Uma vez que os esforços para travar uma relação harmônica entre a Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos e o Instituto de Previdência do Estado (IPE) não têm dado resultado, os hospitais resolveram dar um basta. Nesta sexta-feira, uma reunião na sede da federação deve deliberar, inclusive, sobre a paralisação aos atendimentos eletivos do convênio.
O presidente da Federação das Santas Casas do Rio Grande do Sul, Julio Dornelles de Matos, garantiu que caminhos diversos foram trabalhados para alcançar um acordo. “Notificamos sobre essas questões no ano passado e, após o descumprimento dos prazos estabelecidos pelo próprio IPE, emitimos novo alerta em agosto”, relatou. Para Matos, o instituto segue protelando a questão, sem dar sinais de que irá resolvê-la. O novo prazo terminou na quinta-feira.
Conforme Matos, o IPE não reajusta as tabelas de valores desde 2011, acumulando pendências com os hospitais. Nem mesmo a inflação do período foi reposta. “Existe uma defasagem muito grande entre custo e receita”, explicou.
Uma diária de quarto privativo, por exemplo, custa ao hospital R$ 334,00. O IPE paga apenas R$ 134,00. A diária em um semiprivativo custa R$ 296,00, e o convênio devolve ao hospital R$ 71,00. Já a internação na UTI custa R$ 1.277,00 e o IPE repassa R$ 381,00.
Além disso, há uma insatisfação da federação com a apresentação das glosas, uma vez que, mensalmente, os hospitais devem expor os faturamentos com o IPE para que os procedimentos possam ser aplicados. Entretanto, desde 2010, o instituto não possibilita que os hospitais apresentem as glosas calculadas. “O total de glosas de 2010 até hoje já passa dos R$ 123 milhões. Pedimos a abertura imediata do sistema”, afirmou Matos.
Há, também, reclamações quanto à forma de remuneração pelo uso de medicamentos de uso restrito aos hospitais e à adoção de uma tabela nacional de honorários médicos CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos). “A tabela está desatualizada e não acompanha os avanços da medicina. Alguns procedimentos novos não são oferecidos aos pacientes porque não estão presentes na tabela”, alertou. A promessa de atualização da tabela ficou para dezembro. “Não confiamos. Eles nos respondem com evasivas que mostram a intenção de empurrar o problema.”
Hospitais podem parar de atender pelo IPE a partir desta sexta-feira
Suzy Scarton
Uma vez que os esforços para travar uma relação harmônica entre a Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos e o Instituto de Previdência do Estado (IPE) não têm dado resultado, os hospitais resolveram dar um basta. Nesta sexta-feira, uma reunião na sede da federação deve deliberar, inclusive, sobre a paralisação aos atendimentos eletivos do convênio.
O presidente da Federação das Santas Casas do Rio Grande do Sul, Julio Dornelles de Matos, garantiu que caminhos diversos foram trabalhados para alcançar um acordo. “Notificamos sobre essas questões no ano passado e, após o descumprimento dos prazos estabelecidos pelo próprio IPE, emitimos novo alerta em agosto”, relatou. Para Matos, o instituto segue protelando a questão, sem dar sinais de que irá resolvê-la. O novo prazo terminou na quinta-feira.
Conforme Matos, o IPE não reajusta as tabelas de valores desde 2011, acumulando pendências com os hospitais. Nem mesmo a inflação do período foi reposta. “Existe uma defasagem muito grande entre custo e receita”, explicou.
Uma diária de quarto privativo, por exemplo, custa ao hospital R$ 334,00. O IPE paga apenas R$ 134,00. A diária em um semiprivativo custa R$ 296,00, e o convênio devolve ao hospital R$ 71,00. Já a internação na UTI custa R$ 1.277,00 e o IPE repassa R$ 381,00.
Além disso, há uma insatisfação da federação com a apresentação das glosas, uma vez que, mensalmente, os hospitais devem expor os faturamentos com o IPE para que os procedimentos possam ser aplicados. Entretanto, desde 2010, o instituto não possibilita que os hospitais apresentem as glosas calculadas. “O total de glosas de 2010 até hoje já passa dos R$ 123 milhões. Pedimos a abertura imediata do sistema”, afirmou Matos.
Há, também, reclamações quanto à forma de remuneração pelo uso de medicamentos de uso restrito aos hospitais e à adoção de uma tabela nacional de honorários médicos CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos). “A tabela está desatualizada e não acompanha os avanços da medicina. Alguns procedimentos novos não são oferecidos aos pacientes porque não estão presentes na tabela”, alertou. A promessa de atualização da tabela ficou para dezembro. “Não confiamos. Eles nos respondem com evasivas que mostram a intenção de empurrar o problema.”
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