Maira Caleffi, Presidente da Femama – Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama e do Imama – Instituto da Mama do RS - zero hora 14/12/2011
O povo gaúcho é conhecido por ser aguerrido e bravo, qualidades essas que viraram hino e foram imortalizadas em letra e canção. As gaúchas, por sua vez, também herdaram essa sorte e, tanto na história quanto na ficção, sempre se mostraram fortes e guerreiras, apesar de conservarem traços belos e delicados. Entretanto, um dado parece não condizer com tudo isso. Como é que num Estado com um povo forte e destemido ainda podem morrer tantas mulheres por ano vítimas de câncer de mama?
Segundo as novas estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Rio Grande do Sul continua sendo o segundo Estado brasileiro com maior incidência de câncer de mama, com projeção de 81 casos a cada 100 mil mulheres no decorrer de 2012. Ainda, a capital gaúcha continua na liderança negativa desse ranking, com números elevados e a expectativa de que some 125 novos casos a cada 100 mil mulheres, no mesmo período, duas vezes e meia mais frequente que a média nacional. No Brasil, serão 52 novos casos da doença a cada 100 mil brasileiras ao longo dos 12 próximos meses.
Por esse motivo, a Femama – Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama, em parceria com as entidades associadas, como o Imama – Instituto da Mama do RS, está dando continuidade à campanha “Faça por Mim”, iniciada durante a última edição do movimento Outubro Rosa. O objetivo é esclarecer para a comunidade o quanto é importante o diagnóstico precoce do câncer de mama. Além disso, a entidade não tem medido esforços para incentivar que as mulheres procurem seus médicos e façam o exame de mamografia, anualmente. Quando a paciente tem mais de 40 anos de idade (direito assegurado pela Lei Federal 11.664, desde 2009) ou mesmo antes, com indicação médica. O diagnóstico não basta, precisamos também de um tratamento de excelência, em tempo adequado, para todas as mulheres, não só para aquelas afortunadas que possuem um convênio ou seguro-saúde.
Isso porque, parafraseando o hino do Rio Grande do Sul, é preciso que “mostremos valor constância nesta ímpia e injusta guerra” contra o diagnóstico e tratamento tardio do câncer de mama. Porque não basta sermos fortes, aguerridos e bravos. Precisamos também ter atitude em favor da vida, praticar o autocuidado, realizar exames médicos periódicos e lutar pelo acesso para todas. Só assim, nossas façanhas poderão servir de modelo a toda terra.
No Brasil, a saúde pública é tratada com descaso, negligência e impostos altos em remédios e tudo o que faz bem à saúde. Médicos e agentes da saúde são poucos e mal pagos; As pessoas sofrem e morrem em filas, corredores de ambulatórios e postos de saúde; As perícias são demoradas e burocracia exagerada; Há falta de leitos, UTI, equipamentos, tecnologia, hospitais e postos de saúde apropriados para a demanda; A impunidade da corrupção desvia recursos e incentiva as fraudes.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
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