GLOBO REPORTER 13/12/2013 23h43
Hospital não inaugurado em Goiás já recebeu mais de R$ 16 milhões em recursos. As ruínas de Águas Lindas já consumiram mais de R$16 milhões. E também não foi pouco o que se gastou na vizinha Santo Antônio do Descoberto.
A homenagem não resistiu ao castigo do tempo. O busto do pai do ex-prefeito perdeu a cabeça.
Quando o Globo Repórter esteve lá em 2011, ela ainda vigiava solene o hospital inacabado de Águas Lindas de Goiás.
"Isso aqui seria Sucupira e o análogo seria aquela inauguração antológica do cemitério de Odorico Paraguaçu", disse Marcus Antônio Alves, promotor de Justiça - GO.
Na ficção o prefeito não conseguia inaugurar seu cemitério por falta de mortos, em Águas Lindas não se inaugura o hospital. E não é por falta de doentes e nem de recursos.
As ruínas de Águas Lindas já consumiram mais de R$16 milhões. E também não foi pouco o que se gastou na vizinha Santo Antônio do Descoberto.
Enquanto isso quem precisa se socorre como dá nos municípios conhecidos como o entorno de Brasília.
O hospital inacabado faz falta em Santo Antônio do Descoberto. O pequeno hospital da cidade foi interditado pela vigilância sanitária, mas segue funcionando, mesmo em reforma, por falta de opção.
Globo Repórter: mas por que que estão vocês dois na mesma cama?
Maria José Neri, diarista: porque o rapazinho chegou bem ruinzinho. Aí eu tava aqui com problema de coluna, aí o pai dele me pediu. Eu falei: ‘não, pode deixar ele deitadinho ai que eu fico sentada’. Só que, assim, cadê os lençóis, isso não é justo.
A visita da equipe do programa fez lençóis aparecem, estavam ali novinhos, guardados sabe-se lá por quê.
Uma semana antes a situação era pior. Nossos produtores estiveram lá com uma microcâmera e registraram as consultas coletivas, sim coletivas. Não havia privacidade alguma, um paciente ouvia a consulta do outro. O médico atendia de macacão e sem camisa, com a informalidade de um velho conhecido.
A equipe esteve em nove postos de saúde da região do entorno.
Globo Repórter: tem pediatra hoje?
Mulher: não, ela tá viajando. ela só vai tá aqui dia 14.
Homem: o médico saiu daqui. não trabalha mais aqui.
Globo Repórter: ah, aqui não tem médico nenhum?
Homem: não
Globo Repórter: ela vem todo o dia?
Mulher: não, ela vem duas vezes por semana.
Há agentes e enfermeiros que se desdobram em postos sem médicos.
“Tem médicos e médicos, enfermeiras e enfermeiras. A gente fica com tanta dó que às vezes a gente compra as coisas porque às vezes não tem”, diz uma enfermeira.
Hospital não inaugurado em Goiás já recebeu mais de R$ 16 milhões em recursos. As ruínas de Águas Lindas já consumiram mais de R$16 milhões. E também não foi pouco o que se gastou na vizinha Santo Antônio do Descoberto.
A homenagem não resistiu ao castigo do tempo. O busto do pai do ex-prefeito perdeu a cabeça.
Quando o Globo Repórter esteve lá em 2011, ela ainda vigiava solene o hospital inacabado de Águas Lindas de Goiás.
"Isso aqui seria Sucupira e o análogo seria aquela inauguração antológica do cemitério de Odorico Paraguaçu", disse Marcus Antônio Alves, promotor de Justiça - GO.
Na ficção o prefeito não conseguia inaugurar seu cemitério por falta de mortos, em Águas Lindas não se inaugura o hospital. E não é por falta de doentes e nem de recursos.
As ruínas de Águas Lindas já consumiram mais de R$16 milhões. E também não foi pouco o que se gastou na vizinha Santo Antônio do Descoberto.
Enquanto isso quem precisa se socorre como dá nos municípios conhecidos como o entorno de Brasília.
O hospital inacabado faz falta em Santo Antônio do Descoberto. O pequeno hospital da cidade foi interditado pela vigilância sanitária, mas segue funcionando, mesmo em reforma, por falta de opção.
Globo Repórter: mas por que que estão vocês dois na mesma cama?
Maria José Neri, diarista: porque o rapazinho chegou bem ruinzinho. Aí eu tava aqui com problema de coluna, aí o pai dele me pediu. Eu falei: ‘não, pode deixar ele deitadinho ai que eu fico sentada’. Só que, assim, cadê os lençóis, isso não é justo.
A visita da equipe do programa fez lençóis aparecem, estavam ali novinhos, guardados sabe-se lá por quê.
Uma semana antes a situação era pior. Nossos produtores estiveram lá com uma microcâmera e registraram as consultas coletivas, sim coletivas. Não havia privacidade alguma, um paciente ouvia a consulta do outro. O médico atendia de macacão e sem camisa, com a informalidade de um velho conhecido.
A equipe esteve em nove postos de saúde da região do entorno.
Globo Repórter: tem pediatra hoje?
Mulher: não, ela tá viajando. ela só vai tá aqui dia 14.
Homem: o médico saiu daqui. não trabalha mais aqui.
Globo Repórter: ah, aqui não tem médico nenhum?
Homem: não
Globo Repórter: ela vem todo o dia?
Mulher: não, ela vem duas vezes por semana.
Há agentes e enfermeiros que se desdobram em postos sem médicos.
“Tem médicos e médicos, enfermeiras e enfermeiras. A gente fica com tanta dó que às vezes a gente compra as coisas porque às vezes não tem”, diz uma enfermeira.
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