Estudo do MP revela que 66% dos pacientes aguardam internação nas emergências do Rio. Levantamento foi feito entre os dias 12 e 19 de agosto deste ano. Neste período, 209 pessoas morreram, sendo 45 delas nas UPAs
O GLOBO
Publicado:4/12/13 - 11h58
Atualizado:4/12/13 - 13h39
Emergências lotadas de pacientes são problema antigo no Rio Domingos Peixoto / Agência O Globo (11/05/2012)
RIO - Um levantamento inédito do Ministério Público em 50 unidades de saúde do município do Rio revelou que dos 1.225 pacientes encontrados nas emergências, 812 (66%) aguardavam internação. Destes, 220 (27%) esperavam ser internados em leitos de UTI adulto. Foram identificados 32 leitos vagos, para onde já poderiam ter sido transferidos 14,5% destes pacientes. Duzentas e nove pessoas morreram, sendo 45 delas (22%) nas UPAs. O estudo, feito entre os dias 12 e 19 de agosto deste ano, mostra graves problemas nas filas de espera para acesso aos leitos hospitalares federais, estaduais e municipais situados no município do Rio (sistema regulatório).
De acordo com o MP, os principais problemas constatados foram: falta de leitos hospitalares, falta de sistema informatizado para organizar as filas dos pacientes que esperam por vaga, falta de critérios claros para definição de quem deve receber primeiramente a vaga no hospital (protocolos de hierarquização dos casos e classificação de risco), ausência de cooperação entre hospitais federais, estaduais e municipais, desorganização na divisão de tarefas entre os hospitais (perfis hierarquizados de atendimento) e carência de recursos humanos.
O maior tempo de espera, segundo o estudo, foi verificado nas especialidades de infectologia (16 dias), oncologia (12 dias) e ortopedia (9 dias). Em algumas unidades, pacientes que estavam nas macas ou em cadeiras foram considerados internados, tendo tido até mesmo alta nesses locais. Em uma das emergências foi encontrado um paciente aguardando vaga há 40 dias para correta internação no hospital.
O levantamento do MP foi feito em 30 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), cinco Coordenação de Emergência Regional (CER) e 15 hospitais.
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