segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

MÁFIA DAS PRÓTESTES TERIA PAGO PROPINA A HOSPITAIS

DIÁRIO GAÚCHO 18/01/2015 | 23h11


Máfia das próteses: hospitais receberiam parte de propinas de empresas. Ex-funcionária de fornecedor de próteses afirmou que, para entrar nos hospitais, é cobrado até 20%



Foto: Reprodução / RBS TV


A Polícia Civil e o Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul investigam novas denúncias contra a máfia das próteses, dessa vez envolvendo hospitais que estariam recebendo parte das comissões pagas pelos fornecedores por equipamentos médicos. Reportagens publicadas pela TV Globo mostraram que médicos ganham propina para fazer cirurgias superfaturadas e, às vezes, desnecessárias.


Uma ex-funcionária de um fornecedor de próteses, que revelou no último domingo que pacientes de um hospital em Itajaí (SC) obtiveram stents – tubos metálicos usados para expandir os vasos sanguíneos entupidos do coração – com prazo de validade vencido, afirmou hoje ao Fantástico que “para entrar no hospital, é cobrado de 10% a 20%. Então, praticamente hospitais todos têm uma taxa de comercialização”.


Em Pelotas, a promotora Rosely de Azevedo Lopes investiga uma cobrança parecida sobre o preço das próteses em três hospitais credenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2012, a Santa Casa da cidade admitiu ao MP que ficava com parte do valor das próteses. Em documento, o hospital alega que o dinheiro serve para cobrir os custos de logística e compensar o baixo valor do repasse do SUS.


– É cobrada uma taxa de comercialização. Na época era cobrada taxa de comercialização, em torno de 15%, sobre o material que é oferecido. Nós não vemos nenhuma ilegalidade - disse o procurador jurídico da Santa Casa João Paulo Haical ao Fantástico.

Na semana passada, uma operação da Delegacia Fazendária do Estado cumpriu 21 mandados de busca para investigar a máfia das próteses. Entre os alvos estava o apartamento do médico Fernando Sanchis, suspeito de falsificar documentos em pedidos de liminar para realizar cirurgias superfaturadas. Para evitar que deixem o país, Sanchis e mais quatro médicos, além de três advogados, tiveram os passaportes apreendidos.

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