segunda-feira, 28 de maio de 2012

MATERNIDADE PROTEGIDA

ZERO HORA, 28 de maio de 2012 

EDITORIAL ZERO HORA


Alvo de queixas permanentes da população, o sistema de saúde pública do país gerou na última semana uma boa notícia. Pesquisa recém-divulgada pelo Ministério da Saúde indica que a mortalidade materna caiu 21% entre janeiro e setembro do ano passado. Os óbitos resultantes de complicações na gravidez e no parto totalizaram 1.038, contra 1.317 no mesmo período de 2010. Significa que a atenção à saúde das gestantes poupou quase três centenas de vidas em decorrência de redução nas causas diretas de mortalidade materna, assim contabilizadas nos dados oficiais: hipertensão arterial (66,1%), hemorragia (69,2%), infecções pós-parto (60,3%), aborto (81,9%) e doenças do aparelho circulatório relacionadas à gravidez e ao parto (42,7%).

Esses resultados decorrem de um trabalho de longo prazo. Desde 2008, o governo realiza uma espécie de gerenciamento das investigações de mortes de mulheres em idade fértil. Estados e municípios repassam as informações ao Ministério da Saúde, que avalia as causas e as circunstâncias das mortes. A partir daí se desenvolve a estratégia preventiva.

Este 28 de maio foi escolhido pela Organização Mundial da Saúde como Dia Internacional da Redução da Mortalidade Materna. No Brasil, a data será celebrada com números positivos. Relatório recente da OMS, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Fundo de População das Nações Unidas e o Banco Mundial, aponta uma queda de 51% no número de mortes maternas no país entre 1990 e 2010.

Mas ainda estamos longe dos resultados obtidos por países mais desenvolvidos, especialmente nas regiões mais carentes. A redução da mortalidade materna e neonatal continua sendo um desafio grandioso para os brasileiros, exigindo a mobilização de gestores públicos na promoção de políticas voltadas para a melhoria da qualidade de vida e para a ampliação da cultura sanitária da população.

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