sábado, 26 de maio de 2012

OPÇÃO PELO PRAGMATISMO

EDITORIAL ZERO HORA 26/05/2012

 

Merece aplausos o acordo firmado pela Secretaria da Saúde da Capital e pelo Grupo Hospitalar Conceição, com a anuência do Ministério Público, para que a emergência da instituição continue funcionando enquanto os administradores buscam soluções para a superlotação. Chega de interdições que não levam a nada, a não ser à promoção da autoridade interventora e a mais sofrimento para a população. Diante de qualquer dificuldade, na maioria das vezes incomparavelmente menor do que a enfrentada pelos enfermos, órgãos classistas e fiscalizadores partem para a alternativa radical, sem considerar que em áreas como a da saúde muitas vezes é melhor o atendimento precário do que nenhum.

Ainda no início deste mês, um impasse semelhante no Hospital Centenário de São Leopoldo, que serve como referência para toda a região, foi resolvido em parte com a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta. Pelo acerto, a instituição se comprometeu a providenciar, no período acordado, melhorias na estrutura, a contratação de mais profissionais e a compra de novos equipamentos. Assim como ocorreu no caso do Conceição, a providência evitou o pior, mas apenas no curto e no médio prazo. As soluções, de fato, não estão em medidas casuísticas. 

É inadmissível que um hospital da importância do Conceição para todo o Estado se veja permanentemente às voltas com o problema da superlotação nas emergências. É igualmente inaceitável que não disponha de um número adequado de profissionais para atender a uma demanda que se mantém de forma previsível, com tendência a se ampliar. Pior do que isso é fazer com que, enquanto o problema não é atacado, por incapacidade do poder público, os enfermos simplesmente deixem de ser atendidos. 

Num ano de eleições municipais, casos desse tipo precisam motivar um debate mais amplo. Um atendimento mais humano e de mais qualidade nesta área constitui-se em pressuposto para quem pretende se apresentar aos eleitores como bom gestor.

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