quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

14 MIL NA FILA DE ORTOPEDIA

ZERO HORA 23 de janeiro de 2014 | N° 17682


LENTIDÃO NO SUS



Nesta semana, 14.006 pessoas aguardavam por consulta em ortopedia em Porto Alegre. É, de longe, a especialidade médica em que o gargalo por atendimento está mais estreito. E a perspectiva não é das mais animadoras – a estimativa da Secretaria Municipal de Saúde é de que 1.557 pacientes sejam atendidos ao longo de 2014. Ou seja, levaria 10 anos, nesse ritmo, para zerar a fila de pacientes com queixas de problemas nos membros superiores e inferiores e na coluna.

A segunda maior demanda é por proctologista, onde existem 5.942 pessoas na espera. E a terceira é por urologia, com 849.

Por incrível que pareça, os números têm melhorado, assegura a SMS. A situação já foi bem pior, antes da implementação do sistema Aghos, com consultas computadorizadas. Com gestão plena do Sistema Único de Saúde (SUS), Porto Alegre vem diminuindo a fila e o tempo de espera por especialistas. Das 170 especialidades bancadas pelo SUS, apenas 20% têm tempo de espera superior a 30 dias, asseguram autoridades municipais da saúde. E só três especialidades têm espera de mais de um ano: as já citadas ortopedia, proctologia e urologia. Os pedidos mais antigos estão datados de 2011.

Para traumatologia, por exemplo, a SMS garante que o tempo de espera não supera uma semana, já que são casos de suspeita de fratura. É que existem pelo menos dois hospitais que atendem isso em ritmo de urgência (Hospital de Pronto Socorro e Hospital Cristo Redentor). A área de ortopedia pediátrica também está satisfatória, com sete casos apenas superando um mês de espera.

Não existem filas, diz a SMS, para consultar hematologistas, cardiologistas, pneumologistas, infectologistas, otorrinolaringologistas de adultos, gastroenterologistas e oncologistas pediátricos. Fila, no caso, é considerada a espera por mais de 30 dias.

A SMS explica que a maior dificuldade é que poucos especialistas se interessam em atuar para o município. O prefeito José Fortunati se tornou um dos maiores defensores nacionais do programa Mais Médicos após constatar que os especialistas têm recusado salários de R$ 10 mil mensais para jornadas de 40 horas semanais de trabalho. Muitos exigem R$ 20 mil pela jornada. Isso fez com que, em 2013, faltassem 371 médicos nos postos municipais, cerca de 52% do total de vagas previstas.


MAIS CONCORRIDAS
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde

Especialidade  - Pacientes
- Ortopedia  - 14.006
- Proctologia -  5.942
- Urologia -  849
- Ortopedia pediátrica -  7
- Hematologia, cardiologia, pneumologia, infectologia, gastroenterologia e otorrinolaringologia - nenhum



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