quinta-feira, 17 de abril de 2014

AMBULANCIOTERAPIA: 23 VÍITMAS EM 5 ANOS


ZERO HORA 17 de abril de 2014 | N° 17766


A necessidade de empreender um longo trajeto em busca de tratamento médico está relacionada à morte de pelo menos 23 pessoas nas estradas gaúchas desde 2009.



Dezoito das vítimas de acidentes envolvendo ambulâncias ou micro-ônibus de prefeituras do Interior eram pacientes: pessoas que buscavam longe de casa a cura para suas doenças e perderam a vida no lugar menos provável, o caminho de ida ou de volta do hospital.

Levantamento de ZH apurou que os seis acidentes com morte registrados no período estão igualitariamente divididos entre rodovias estaduais e federais. As colisões em rodovias estaduais, contudo, foram mais trágicas: somam 14 mortes.

Na última terça-feira, um dia antes do acidente, em reunião em Porto Alegre, secretários de Saúde levaram ao governo do Estado a preocupação com a chamada ambulancioterapia. O tema foi discutido em um encontro com 21 prefeitos e 30 secretários de Saúde. O motivo da preocupação não era apenas o risco de acidentes, mas também o gasto das prefeituras com manutenção dos veículos, combustível e diárias para os motoristas.

Os prefeitos estão buscando uma indenização pelo SUS de R$ 4,90 para cada paciente e de R$ 4,90 por acompanhante para cada 50 quilômetros rodados.

– É um jeito de o ônus deixar de ficar todo a cargo dos municípios. É preciso levar em conta, ainda, que alguns pacientes nem podem voltar para casa no mesmo dia do tratamento. Isso nos levou, por exemplo, a alugar uma casa e criar uma pensão para os nossos pacientes em Porto Alegre. Foi a saída que encontramos – afirma o prefeito de Santiago Julio Ruivo.

O acidente em São Vicente do Sul não foi o primeiro envolvendo ambulâncias a deixar mortos na região. Em março de 2012, Azelina Rodrigues da Silva, 91 anos, morreu quando a ambulância em que estava foi atingida por um carro em viagem de Santa Maria para Formigueiro.

Em março de 2009, oito pessoas também morreram em Venâncio Aires – o motorista e mais sete passageiros. O micro-ônibus transportava 14 pessoas de Sobradinho, no Vale do Rio Pardo, em direção a Porto Alegre, onde teriam acesso a consultas, exames e cirurgias em clínicas e hospitais mais equipados.



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