quinta-feira, 14 de maio de 2015

SERVIDORES E PACIENTES FAZEM PROTESTO NO RS CONTRA CORTES NA SAÚDE



ZERO HORA 14 de maio de 2015 | N° 18162


BRUNA SCIREA


SAÚDE. SANTAS CASAS E HOSPITAIS. Servidores e pacientes fazem protesto no RS. R$ 300 MILHÕES que deveriam ser destinados ao setor foram cortados pelo governo estadual


Centenas de manifestantes se reuniram, em frente ao Palácio Piratini, no centro de Porto Alegre, em protesto contra o corte de recursos e o atraso de verbas para santas casas e hospitais filantrópicos do Estado, na manhã de ontem. E não foi um protesto apenas de funcionários do sistema. Pacientes de diferentes regiões também se deslocaram à Capital para se manifestar.

Com faixas estendidas em frente à sede do governo, instituições de Garibaldi, Uruguaiana, Lajeado, Soledade e dezenas de outras cidades pediram que o governo estadual cumpra os contratos com hospitais e priorize o financiamento da saúde pública.

No início do ano, o governo anunciou o corte de R$ 500 milhões na saúde, sendo que R$ 300 milhões seriam do cofinanciamento, destinado a santas casas e hospitais filantrópicos – valor mensal de R$ 25 milhões a ser distribuído entre 245 instituições. Além da redução no financiamento, o Estado deve R$ 132,6 milhões a esses hospitais, referentes aos repasses de outubro e novembro de 2014.

Durante o protesto, o presidente da Federação das Santas Casas do Rio Grande do Sul, Francisco Ferrer, se reuniu com o secretário- chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, e entregou documento com a projeção do redimensionamento da assistência ao SUS em função dos cortes. Segundo Ferrer, a redução, em todo o Estado, seria de cerca de 10% – o que implicaria no corte de 4,6 milhões de procedimentos em 2015.

– Apresentamos um número que terá de ser negociado em sucessivas repactuações de contrato (entre os hospitais e o poder público) de agora em diante, em face ao não repasse por parte do governo do Estado – afirmou Ferrer.

Biolchi reconhece a dívida, mas afirmou que o Estado não tem condições financeiras de arcar com os recursos. Numa tentativa de dar conta do impasse, foi criado ontem um grupo de trabalho que, a partir da semana que vem, irá analisar um novo valor de repasse (inferior aos R$ 25 milhões).

– Não temos condições de honrar pagamentos no patamar de R$ 25 milhões, que é o que está contratualizado. Por isso, foi criado um grupo de trabalho, para tentar fazer com que esse volume venha a valores que possam ser alcançados pelo Estado. No que faltar, que a gente possa buscar com o governo federal – disse Biolchi.

O governo liberou R$ 93 milhões, ontem, a hospitais filantrópicos e públicos, e a prefeituras que desenvolvem programas vinculados SUS. A verba, porém, não tem relação com os valores atrasados.

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