No Brasil, a saúde pública é tratada com descaso, negligência e impostos altos em remédios e tudo o que faz bem à saúde. Médicos e agentes da saúde são poucos e mal pagos; As pessoas sofrem e morrem em filas, corredores de ambulatórios e postos de saúde; As perícias são demoradas e burocracia exagerada; Há falta de leitos, UTI, equipamentos, tecnologia, hospitais e postos de saúde apropriados para a demanda; A impunidade da corrupção desvia recursos e incentiva as fraudes.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
EMERGÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS
Emergência nas emergências - Editorial Zero Hora, 27/10/2010
Num Estado e num país que se orgulham de seu crescimento econômico e de sua performance em algumas áreas dos serviços essenciais, não deixa de ser humilhante a situação da saúde pública, especialmente nas deficiências de atendimento à população mais carente e na superlotação dos hospitais. A imprensa tem registrado, nas últimas semanas, a dramática situação das emergências hospitalares de Porto Alegre, todas elas sobrecarregadas, incapazes de fazer o atendimento urgente que delas é requerido por dezenas de cidadãos, que consomem horas nas salas de espera.
As cidades multiplicam seus hotéis, erguem e modernizam seus shopping centers, ampliam as ofertas imobiliárias, rasgam novas avenidas e tentam satisfazer as demandas de uma população que se torna mais exigente. Numa área, no entanto, essa evolução não se dá e, ao contrário, parece marchar em retrocesso: a da saúde. Em vez de abrir, fecham-se hospitais. Em vez de ampliar o número de leitos, liquidam-se os existentes, especialmente na área da saúde mental. E situações que deveriam ser resolvidas com rapidez e eficiência, como a desativação dos hospitais da Ulbra (em Porto Alegre, Tramandaí e Canoas), levam meses em deliberações improdutivas, com providências sendo postergadas e decisões adiadas ou transferidas para outras esferas da federação ou para outros poderes. Felizmente, neste caso, parece que, agora, um dos quatro hospitais volta a ser aberto, para atender os doentes, especialmente os do SUS.
Além dessa questão macro, é importante que se dê atenção às sugestões das entidades médicas do Estado e dos representantes de hospitais que propõem alternativas para aliviar as emergências das grandes casas de saúde. Três pontos são predominantes: abertura de novas vagas, contratação de mais médicos e campanha para mudar a cultura da população, que rejeita os postos de saúde e, assim, sobrecarrega os hospitais.
CAOS EM PORTO ALEGRE - Hospitais lotados - A superlotação das emergências:
- Conceição: 150% acima da capacidade de 50 vagas
- Clínicas: 170% acima da capacidade de 49 vagas
- São Lucas (PUCRS): 90% acima da capacidade de 15 vagas
- Cardiologia: 260% acima da capacidade de 10 vagas
- Santa Casa (Santa Clara): 290% acima da capacidade de oito leitos
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário