sábado, 21 de abril de 2012

A AGONIA DA ESPERA

DIRCEU RODRIGUES, PRESIDENTE DA AMRIGS - ZERO HORA 21/04/2012

O Rio Grande do Sul precisa – e muito – de verbas para a saúde e este fato se torna muito presente quando se sabe que os hospitais estão sempre lotados. E não somente com portadores de outras doenças, mas com os politraumatizados pelo trânsito. Hoje, 21 de abril, é o Dia Nacional da Paz no Trânsito. Infelizmente, não é uma data a ser comemorada. É uma data de tristeza e de conscientização. São pessoas que morrem todos os dias, vitimadas pelas imprudências no trânsito. Outras tantas permanecem nas emergências dos hospitais – que não têm recursos suficientes para atender às demandas –, aguardando uma vaga.

A Associação Médica do Rio Grande do Sul, no ano passado, participou ativamente de ações para um trânsito mais seguro. Trouxemos para Porto Alegre um totem, que contabiliza as mortes ocorridas no trânsito. Também realizamos, juntamente com a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, uma Caminhada pela Paz, para conscientizar os motoristas dos perigos do trânsito.

Infelizmente, ainda impactantes pela incontroversa presença entre nós, os dados do Detran apontam que, até fevereiro, 297 pessoas morreram no Rio Grande do Sul vítimas de acidentes de trânsito. Ao todo, foram 259 acidentes, que envolveram 426 veículos. Mais uma vez, lamentavelmente, estes números mostram que muitas pessoas ainda não tiveram a devida consciência dos perigos que podem enfrentar quando são pedestres desatentos ou quando entram em um veículo que está sendo dirigido por quem usou bebida alcoólica.

Como entidade médica, a Amrigs se preocupa com essas questões, que estão intimamente relacionadas à saúde das pessoas. Vamos nos mobilizar para conseguir 1 milhão de assinaturas do povo gaúcho. Este manifesto buscará através do movimento Saúde Rio Grande – Um Milhão De Razões Para Cumprir A Lei, a adoção de uma posição que torne pública uma posição sobre a destinação dos recursos para a saúde. Isso através do imediato cumprimento do que foi determinado pela Constituição, pela aplicação do percentual de 12% da receita líquida de impostos na área de saúde, visto ser uma indispensável e inadiável necessidade da população.

É necessário destacar que em 2011, conforme dados do Balanço do Estado do Rio Grande do Sul e do Tribunal de Contas do Estado, o governo estadual deixou de aplicar R$ 1.107.164.056,93 (um bilhão, cento e sete milhões, cento e sessenta e quatro mil e cinquenta e seis reais e noventa e três centavos). Este valor é a metade do que deveria destinar para o cuidado com a saúde dos gaúchos!

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