terça-feira, 17 de abril de 2012

A SAÚDE DEGRADADA


EDITORIAL ZERO HORA 17/04/2012

A dramática situação enfrentada por pacientes do setor privado de saúde, que vem revelando dificuldades semelhantes à da rede do SUS, exige providências imediatas para evitar o agravamento dos problemas nessa área. No caso do atendimento a clientes de planos particulares, as distorções, apontadas por reportagens de Zero Hora, precisam de medidas imediatas e eficazes, capazes de adequar a rede de atendimento à demanda por serviços. É um risco deixar que a situação se deteriore mais ainda, com a superlotação de hospitais, incluindo as emergências, além de esperas dramáticas por vagas e para uma consulta com especialista ou exames mais sofisticados.

As explicações para o quadro deplorável enfrentado hoje são óbvias e, por isso, deveriam ter exigido medidas preventivas. Diante das adversidades enfrentadas por quem depende de atendimento pelo SUS e do aumento da renda média dos brasileiros, cada vez mais pessoas estão recorrendo aos planos privados. O resultado é que, em apenas uma década, o número de usuários praticamente dobrou no Estado, num ritmo que não foi acompanhado pela rede particular de assistência.

Apenas nos últimos cinco anos, o número de clientes de operadoras de saúde no Rio Grande do Sul cresceu 35%, enquanto a ampliação do número de vagas desvinculadas do SUS limitou-se a 7,5%. Esse descompasso gritante se reflete na prática em emergências e consultórios lotados. Como, na área de saúde, os setores público e privado são interligados, a sobrecarga não afeta apenas um lado, prejudicando a ambos.

Desde a universalização do atendimento, com a instituição do SUS, o setor privado tem funcionado como um alívio para o sistema e como uma comodidade para quem pode pagar. A instabilidade registrada hoje também na área particular faz soar um alarme que não pode ser ignorado por quem tem a responsabilidade de garantir um mínimo de atenção a enfermos em busca de atendimento.

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