segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO

ZERO HORA 21 de janeiro de 2013 | N° 17319

EDITORIAIS


As autoridades da área da saúde devem evitar que se repitam neste ano as controvérsias de 2012, que prosperaram em meio ao registro de vítimas do vírus H1N1. Enquanto médicos, gestores da saúde e outros profissionais da área denunciavam o aumento de mortes como decorrência da negligência do governo federal, um porta-voz do ministério defendia suas posições. A polêmica pode ser deixada de lado, diante das informações de que há um surto de gripe nos Estados Unidos, com outro vírus já identificado, e da possibilidade de o Estado ser mais uma vez atingido por uma epidemia no inverno.

Para relembrar, é importante estar atento a um dos aspectos do desentendimento entre autoridades federais e estaduais no ano passado. É o que diz respeito às declarações do secretário de Vigilância da Saúde em Brasília, para quem o aumento da vacinação não teria evitado os óbitos provocados no Rio Grande do Sul pela chamada gripe A. De acordo com essa visão, a prevenção em massa não seria o mais importante, e sim a intensificação do uso do medicamento Tamiflu, também envolvido em teses conflitantes quando do primeiro surto da gripe. Registre-se ainda que, conforme a mesma posição, as peculiaridades do Sul, em especial a questão climática, não exigiriam tratamento diferente da abordagem válida para as populações do Nordeste.

Há consenso no Estado, que só o Ministério da Saúde ignorou na época, de que a posição federal foi mais do que esdrúxula – foi um erro grave. A prevenção é a primeira providência a ser tomada diante dos riscos envolvidos. Rejeitar a ampliação da vacinação é negar uma prática consagrada de saúde pública. É correta, nesse sentido, a avaliação feita pela chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Estado, Marilina Bercini, para quem a aposta para enfrentar a ameaça está na vacinação, desde que se identifique com antecedência a real dimensão de um possível surto e as eventuais mutações do vírus. Declarações irresponsáveis, como as feitas pela autoridade que desqualificou a importância da imunização em 2012, não podem se repetir.

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