domingo, 2 de março de 2014

PACIENTES SÃO ATENDIDOS NO CHÃO DE HOSPITAL

PORTAL R7 - DISTRITO FEDERAL - 9/1/2014 às 15h59


Pacientes são atendidos no chão de hospital público do DF. Unidade está superlotada e diversos atendimentos estão sendo cancelados

Do R7, com a TV Record Brasília


Vários pacientes ficam deitados nos cantos do hospital aguardando por um atendimentoReprodução / TV Record Brasília


Os pacientes do HRAN (Hospital Regional da Asa Norte), um dos principais da capital federal, estão sendo atendidos no chão da unidade. Eles ficam em colchões jogados pelos cantos e não recebem os devidos cuidados.

Um cinegrafista amador, que acompanhava um parente, sentiu na pele o problema e decidiu registrá-lo com o celular. As imagens foram gravadas esta semana em um dos corredores do hospital. Com os leitos completamente lotados, os pacientes são atendidos no chão da unidade. Do lado de fora, o clima é de revolta.

A reportagem da TV Record Brasília não teve autorização para entrar na unidade, mas a movimentação é intensa. Aldenir Batista, por exemplo, mora em Águas Lindas de Goiás (GO), região do Entorno do DF, e está com o filho internado com fortes dores abdominais desde o último dia 03. Inclusive, a criança foi atendida no corredor porque não havia leito disponível.

— É um descaso muito grande. Desde o dia 03 estamos esperando uma tomografia com contraste e os médicos só dizem que vão fazer o pedido, mas até agora não fizeram nada. Enquanto isso meu filho fica sentindo dores e a gente nem sabe o que ele tem. Pode ser vesícula e até mesmo apendicite, que pode ser fatal.

Quem está sendo atendido no HRAN garante que o local está muito cheio. Além disso, segundo acompanhantes e pacientes, muitos atendimentos também estão sendo cancelados sem qualquer justificativa. A comerciante Jéssica Alcântara tem diabetes tipo 1 e precisa diariamente de insulina.

Há um ano recebia o medicamento no HRAN, mas recebeu a informação de que o atendimento foi cancelado.

— Negligência total. Estou revoltada e nem posso ficar nervosa. Pago todos os meus impostos e parece que não adianta nada. Para que estou aqui mendigando meus remédios, sendo que é uma coisa minha, direito meu. Trouxe tudo o que eles pediram e agora não tenho nada. Vou comprar? Se pudesse não estaria aqui, meu remédio custa R$ 350 uma ampola com 3ml. A enfermeira olhou para mim com cara de quem não comeu nada e me tratou super mal.

A dona de casa Francisca de Souza também vive um drama parecido. O filho de 11 anos estava sendo atendido por um neurologista, porque a criança sente fortes dores na cabeça diariamente e chega a desmaiar. O tratamento, que completaria um ano, foi interrompido nesta quinta-feira (9) porque a médica responsável viajou para o exterior.

— Fiquei triste porque não pode parar o tratamento, ele é só uma criança.

A professora Rosângela da Costa também não está feliz. Ela está acompanhando a sogra, que sofre com cirrose, desde o dia 28 de dezembro. Para piorar a situação, a sogra dela também deve um derrame no pulmão e precisa com urgência de uma vaga na UTI, mas até agora nada.

Para tentar agilizar o processo, Rosângela chegou a entrar com um pedido na Justiça, que foi deferido.

— O juiz aprovou a liberação do leito, mas ninguém deu qualquer posicionamento até agora. Enquanto o governo está preocupado com a Copa do Mundo a saúde fica como está. Minha sogra passou a vida toda pagando os impostos e quando precisa de ajuda não a recebe. Descaso total.

A reportagem da TV Record Brasília tentou falar com a assessoria de imprensa e direção do hospital, mas sem sucesso.

Por meio de nota, a Secretaria de Saúde do DF informou que estão sendo feitos diversos investimentos na saúde e que a demanda que vem do Entorno está cada vez maior, mas garantiu que isso não prejudica o atendimento.


R7 - 28/11/2013 às 18h07

Relatório aponta falta de equipamentos e superlotação no Hospital de Base. HBDF foi vistoriado pela OAB, CFM e Câmara dos Deputados

Do R7, com TV Record Brasília



HBDF foi um dos oito hospitais vistoriados no BrasilR7

O CFM (Conselho Federal de Medicina), a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e a Câmara dos Deputados organizaram uma comissão pra avaliar as condições de oito hospitais do País. Um deles foi o HBDF (Hospital de Base do DF).

— O que choca a tosos é um cenário de guerra, afirmou o vice-presidente do CFM, Aloísio Tibiriçá.

A declaração foi dada após visita à emergência do HBDF. No entanto, em todos os hospitais vistoriados foram encontrados os mesmos problemas: falta de equipamentos, superlotação e profissionais sobrecarregados.

Segundo o relatório, no Hospital de Base são atendidas doze mil pessoas todos os dias. Cerca de 500 só na emergência. Muitos deles nem deveriam ser atendidos no HBDF, mas nas unidades de atendimento básico.

O levantamento foi realizado durante um ano e meio. A intenção do relatório é apontar os problemas e cobrar dos responsáveis mais investimentos na área da saúde.

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