quarta-feira, 20 de agosto de 2014

LEITE COM ÁGUA E SODA CÁUSTICA


ZERO HORA 20 de agosto de 2014 | N° 17896

FRAUDE NO LEITE. Vinte pessoas presas por adulterações em SC e RS

ÁGUA OXIGENADA E SODA CÁUSTICA estariam entre as substâncias adicionadas para mascarar o fim da validade dos produtos vendidos



Uma ação conjunta do Ministério Público de Santa Catarina, Polícia Civil, Militar e Ministério de Agricultura levou à prisão de 20 pessoas nas cidades de Lajeado Grande, Ponte Serrada e Mondaí, no oeste Catarinense, e em Vista Alegre, no Rio Grande do Sul. O grupo é acusado de adulteração do leite nas empresas Latícínios Mondaí e a Laticínios Lajeado Grande.

Entre os presos estão empresários, técnicos de laboratórios e funcionários. Em Mondaí, um dos detidos é um dos sócios da empresa local, o ex-prefeito da cidade, Irineu Bornholdt. Durante a investigação o Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) conseguiu imagens de funcionários das empresas adicionando produtos químicos em caminhões. Uma funcionária até reclama que queimou o dedo. Há imagens de funcionários lavando o braço no leite e até do produto borbulhando após a adição dos químicos.

De acordo com o Gaeco, os produtos adicionados seriam formol, soda cáustica e água oxigenada. O objetivo seria recuperar leite deteriorado. Também há suspeita de adição de água para aumentar o volume do produto. Em um ano, as empresas teriam comprado cerca de 1,5 mil quilos de soda e 8 toneladas água oxigenada. A estimativa é que dois caminhões com cerca de 70 mil litros de leite cru eram enviadas diariamente a São Paulo. O restante era vendido nos Estados do Sul. De acordo com o promotor Mauro Rochemback, coordenador das operação Leite Compen$ado no Rio Grande do Sul, o alimento era comercializado sobretudo em locais mais distantes.

– Um pouco de queijo Mondaí pode ter vindo para o norte gaúcho e região metropolitana, mas a quantidade seria pequena – avalia Rochemback.



CONTRAPONTO. Em contatos por telefone, nenhum dos responsáveis pela Lajeado Grande e Mondaí atendeu às ligações. Na casa de Irineu Borholdt, nenhum familiar informou os contatos do advogado do empresário ou quis falar do assunto.

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