Nova agressão a médicos na Capital. Após confusão em emergência da PUCRS, Simers solicita à prefeitura e ao Estado melhorias na saúde e na segurança - ZERO HORA 28/02/2011
O segundo caso de violência em apenas três dias dentro de um hospital de Porto Alegre levará o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) a cobrar ações da prefeitura e do governo do Estado, nas áreas de saúde e segurança pública, para evitar novas confusões. Em nota divulgada ontem, o sindicato afirmou que a demora no atendimento, a superlotação e a falta de serviços no Sistema Único de Saúde (SUS) “geram cada vez mais um ambiente de instabilidade”.
Depois de uma ocorrência no Hospital Conceição, na terça-feira passada, desta vez dois médicos residentes e um funcionário teriam sido agredidos por um paciente no Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) na tarde de sexta-feira. A instituição confirmou o episódio, mas só vai dar detalhes sobre o caso hoje.
– Não temos dados precisos neste momento, mas a agressão ocorreu, sim. Ainda não sabemos o motivo. O hospital logo se manifestará nesse sentido – declarou o plantonista administrativo do hospital, Darci Antonio Naue.
Segundo funcionários da instituição que pediram anonimato, o incidente ocorreu na recepção da emergência do SUS. Um homem teria se revoltado com a demora para fazer um exame e partiu para cima dos profissionais. Na confusão, o recepcionista tentou intervir, mas o rapaz, descontrolado, o agrediu com um soco. Para se defender, o funcionário colocou a mão na frente, e, como consequência, teria fraturado os dedos.
Colapso nas emergências seria causa dos incidentes
A médica residente, que estava no setor, também foi agredida com socos e pontapés. Um outro médico tentou apartar a situação e acabou sendo atingido. A briga só terminou quando a segurança do hospital interveio e o paciente deixou o local. O advogado da médica envolvida informou ontem que ela não vai falar sobre o caso.
O presidente do Simers, Paulo Argollo Mendes, afirma que o episódio está sendo apurado por meio de relatos dos agredidos. Mendes disse que está preocupado com a sucessão de fatos e apontou o colapso da saúde pública como causador da tensão nas emergências. O sindicato deve procurar a direção do hospital hoje para saber detalhes do episódio e cobrar medidas de segurança.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - A desordem leva à violência. Este máxima está em ebulição na saúde pública brasileira. As pessoas estão perdendo a paciência com a crescente desordem causado pelo sucateamento da saúde e pelo descaso das autoridades nas políticas de saúde pública. Longas distancias percorridas para buscar socorro, filas enormes para marcar consultas, muito tempo para consultar e pessoas morrendo em atendimento precário estão revoltando a população. E quem mais sofre com esta fúria são os operários da saúde que se sacrificam em condições inadequadas, parcos recursos e pessoal insuficiente para atender a demanda por saúde. As autoridades em seus gabinetes luxuosos recebendo salários extravagantes fingem que está tudo sob controle.
No Brasil, a saúde pública é tratada com descaso, negligência e impostos altos em remédios e tudo o que faz bem à saúde. Médicos e agentes da saúde são poucos e mal pagos; As pessoas sofrem e morrem em filas, corredores de ambulatórios e postos de saúde; As perícias são demoradas e burocracia exagerada; Há falta de leitos, UTI, equipamentos, tecnologia, hospitais e postos de saúde apropriados para a demanda; A impunidade da corrupção desvia recursos e incentiva as fraudes.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
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