terça-feira, 15 de novembro de 2011

EXECUTADO NO LEITO DO HOSPITAL

LEITO DE MORTE. Paciente é executado em hospital. Atirador entrou em instituição, em Gravataí, cobriu a arma com travesseiro e disparou em homem diante de outros doentes - LETÍCIA BARBIERI, ZERO HORA 15/112011

Era horário de visita, quando um paciente do Hospital Dom João Becker, em Gravataí, foi baleado com seis tiros, às 17h40min de ontem. Diego Telles de Carvalho, 25 anos, morreu na hora, no quarto que dividia com duas pessoas. Local incomum para um acerto de contas que havia ficado pendente no sábado, dia em que deu entrada no local. O criminoso fugiu.

Uma testemunha ouvida pelo jornal Diário Gaúcho revelou detalhes dos momentos que antecederam o crime. Segundo um soldador que visitava sua mulher, o atirador aparentava muito nervosismo e desorientação. Pelo celular, parecia receber instruções. Sem saber das intenções do rapaz armado, o soldador também o ajudou, avisando que os quartos da internação do primeiro andar ficavam um pavimento abaixo. Em seguida, foi surpreendido pelos disparos em pleno hospital.

– Era um moleque de boné. Parecia meio enlouquecido, não estava normal. Ficava olhando para os lados, até que ouvimos os tiros. Vi duas mulheres desmaiarem – relatou o soldador.

No quarto havia três leitos. Um deles era o que abrigava Carvalho. O paciente estava há cerca de 10 dias em liberdade, recém-saído do Presídio Central de Porto Alegre. Deu entrada no hospital, sábado, depois de ser baleado nas costas. Em recuperação, não teve chances de reagir. Na ficha dele, guardava passagens pela polícia por roubo, homicídio, formação de quadrilha, receptação, falsidade ideológica e documento falso. Todas registradas na Capital.

Os outros dois pacientes viram o momento em que o atirador pegou o travesseiro, cobriu a pistola .40 e começou a disparar à queima-roupa. Ao todo, foram seis disparos. Três teriam atingido a cabeça, um o peito e dois em um dos ombros de Diego, que ficou caído ao lado do leito. O quarto foi isolado para perícia.

– Em 20 anos de polícia, nunca tinha visto isso: entrar dentro de um hospital assim, a sangue frio? – impressionou-se o supervisor da equipe volante da Polícia Civil, Marcelo Carbone.

A ação do atirador surpreendeu até mesmo os policiais. Titular da 1ª DP de Gravataí, o delegado Anderson Spier destaca, porém, que não há falhas no sistema de segurança:

– Hospital não é um órgão de segurança. É privado, fica à mercê de seguranças privadas que não podem fazer revista.

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