sexta-feira, 27 de setembro de 2013

RASTREABILIDADE: UM DIREITO DO PACIENTE


JORNAL DO COMERCIO 27/09/2013


João Carlos de Oliveira

Uma recente pesquisa divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) traz à tona dados alarmantes. O estudo revela que até 73% das falhas registradas nos hospitais brasileiros poderiam ser evitadas. Isso inclui, por exemplo, medicações trocadas, danos por falha de tratamento e vários outros tipos de problemas. Para se ter uma ideia, significa que, em 2008, 562 mil pacientes, de um total de 11,1 milhões de pessoas internadas pelo SUS, foram vítimas de erros evitáveis.

Hospitais e centros de tratamentos são ambientes extremamente complexos, nos quais a atenção deve ser redobrada, pois são suscetíveis a falhas humanas. Às vezes, a dose errada é dada a um paciente. Ou a medicação não é aquela. Ou o equipamento médico errado é utilizado. Episódios como esses demonstram a necessidade de o sistema de saúde garantir a segurança do paciente tanto com relação à autenticidade dos remédios, evitando a pirataria, quanto à sua correta administração pelos agentes de saúde. Existem ferramentas e processos capazes de prevenir a grande maioria desse tipo de erro, e a automação e rastreabilidade são caminhos mais eficazes para garantir a adoção de um controle efetivo. A utilização de sistemas automatizados que garantem a rastreabilidade permite saber todo o percurso que o produto fez até chegar ao destino final, pois possibilita conhecer a precisa identificação de cada item, sua proveniência e localização. A rastreabilidade garante direitos ao paciente: receber o medicamento certo, na dose certa, na hora certa, na via correta.

A falsificação de medicamentos é outro ponto crítico para a cadeia de suprimentos em saúde que pode ser combatido. A tendência é que cada vez se cobre dos governos e das empresas um gerenciamento efetivo das cadeias produtivas, permitindo a rastreabilidade e visibilidade dos produtos. Quem faz a lição de casa ganha duas vezes: conquista a confiança do consumidor e abre as portas para o comércio mundial, que também tem sido criterioso quanto ao controle de origem.

Presidente da GS1 Brasil - Associação Brasileira de Automação

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