quinta-feira, 3 de outubro de 2013

CIDADE DO INTERIOR GAÚCHO DEMITE QUASE METADE DOS MÉDICOS

ZERO HORA 02 de outubro de 2013 | N° 17571

CRISE NA SAÚDE. Bagé demite quase metade dos médicos



Após comemorar a vinda de dois profissionais pelo programa Mais Médicos, Bagé teve que demitir quase metade do quadro de médicos. Dos 72 que atuam no município, 35 cumprem aviso prévio no máximo até o final do mês.

A prefeitura descarta concurso por falta de interessados no salário de R$ 1,5 mil por 20 horas semanais. E admite não ter solução.

– Pode ser que façamos um contrato emergencial, mas ainda não temos resposta – diz a secretária de saúde, Aura Stella Centeno Pereira.

Os 35 médicos fazem parte de um grupo de quase 500 funcionários da Saúde que precisaram ser demitidos em função de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho. Os trabalhadores eram terceirizados, de um convênio com a Urcamp e a Santa Casa de Bagé, e o órgão entendeu que, para as funções atuais, seria necessário que os funcionários fossem concursados.

Apesar de a ação ser movida desde 2008, a prefeitura esperou até o prazo final, setembro deste ano, para tomar uma atitude. Sob o risco de pagar R$ 41,6 milhões de multa, resolveu atender o pedido, exonerar os funcionários e anunciar um concurso.

– Na verdade, estamos regularizando uma situação que já havia sido apontada pelo Ministério Público do Trabalho há anos – informa o prefeito Dudu Colombo (PT).

Com inscrições até o final do mês, um concurso foi aberto para suprir a carência de 168 agentes comunitários, 23 auxiliares bucais e 40 visitadores do programa Primeira Infância Melhor. Para outra parte das vagas, há banco de concursos anteriores para enfermeiros, técnicos em enfermagem, dentistas e administrativos, que estão sendo chamados.

Para a questão dos médicos, o prefeito admite que não surgiu uma alternativa. A ideia é criar um plano de carreira para os profissionais.

– Trabalhamos durante dois anos para tentar aprovar um projeto de aumentar o número de vagas, mas ele foi protelado durante toda a última legislatura – justifica o prefeito.

A oposição critica a medida drástica tomada de última hora.

– Faz quatro anos que tem a ação. É tempo suficiente para resolver – diz o vereador Divaldo Lara (PTB).

Nenhum comentário:

Postar um comentário