quarta-feira, 23 de outubro de 2013

LEI INCENTIVARÁ DOAÇÕES À SAÚDE

ZERO HORA 23 de outubro de 2013 | N° 17592

PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA



O médico Fernando Lucchese, um dos cardiologistas mais respeitados do Brasil, vibrou de alegria ontem quando o ministro Alexandre Padilha anunciou que o governo planeja criar uma espécie de Lei Rouanet para a saúde. A Rouanet é a conhecida legislação nacional de incentivo à cultura, que permite às empresas abater do Imposto de Renda doações feitas à produção de obras culturais ou à construção e o restauro de equipamentos. O anúncio foi feito durante debate sobre saúde pública, promovido pelo Gabinete Digital, no Palácio Piratini. Lucchese estava ao lado do governador Tarso Genro e do secretário Ciro Simoni, e Padilha falava de Brasília por videoconferência.

O ministro não deu detalhes do projeto, mas antecipou que a intenção é estimular as doações de empresas para hospitais que oferecem tratamento para pacientes de câncer ou que sofrem com deficiências. No entendimento de Lucchese, diretor do Hospital São Francisco, da Santa Casa, na categoria “deficiências” podem ser incluídas as cardiopatias congênitas.

Respondendo a perguntas feitas pelas redes sociais, o ministro deu mais alguns detalhes do programa Mais Santas Casas, que anunciara semana passada, em Gramado. Depois de reconhecer que o SUS não existiria sem os hospitais filantrópicos, confirmou um programa de renegociação de dívidas com a União, que deve zerar o passivo em 15 anos. E anunciou mudanças na fórmula de remuneração dos hospitais, que hoje recebem por procedimentos, com base em uma tabela defasada do SUS. Esse modelo, segundo o ministro, é perverso e não estimula a qualidade do atendimento.

Empolgado com a audiência pública virtual coordenada pelo secretário-geral de Governo, Vinicius Wu, Padilha disse que vai estudar a possibilidade de adotá-la no Ministério da Saúde. Tarso e sua equipe criaram essa ferramenta para se comunicar com a população e ele a explorou inclusive para tratar dos protestos de junho.


ALIÁS

O secretário da Saúde, Ciro Simoni, e o governador Tarso Genro anunciaram ontem que a mortalidade infantil no Rio Grande do Sul deve cair para um dígito neste ano. No ano passado, o índice foi de 10,4 por mil nascidos vivos.



PREFEITOS CELEBRAM VITÓRIA

Na cerimônia em que a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que cria o programa Mais Médicos, um dos mais animados era o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati. Como presidente da Frente Nacional de Prefeitos, ele foi porta-voz da demanda dos municípios, que pediam profissionais ao governo federal.

O Mais Médicos nasceu da pressão dos prefeitos, que entregaram à presidente um documento com 3,5 mil assinaturas.

– Construímos o programa em conjunto e a presidenta bancou – disse Fortunati ontem à noite, ntes de retornar à Capital.

Porto Alegre solicitou 213 médicos. Já recebeu 12 e mais 10 começam a trabalhar nos próximos dias.

Ontem, o ministro Alexandre Padilha garantiu que toda a demanda do Rio Grande do Sul será atendida até março de 2014.

O Piratini divulgou pesquisa, feita com usuários do SUS no RS, que dá 80% de aprovação ao Mais Médicos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário