terça-feira, 15 de outubro de 2013

QUANDO A SOLUÇÃO VIRA PROBLEMA


ZERO HORA 15 de outubro de 2013 | N° 17584

PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA


Uma nota publicada ontem na Página 10 sobre a ambulância do Samu entregue à prefeitura de Camaquã em setembro, e que ainda não está em operação, se transformou em mais um retrato de como as coisas funcionam (mal) na área da saúde. A prefeitura alegou que a ambulância está parada porque a prefeitura recebeu o veículo sem parte dos equipamentos. Estariam faltando três macas e os uniformes para a equipe médica, no valor de incríveis R$ 2,5 mil.

Ao ler a nota, o secretário da Saúde, Ciro Simoni, transbordou de indignação:

– Se havia problema com as macas, era só me dizer que eu providenciaria. E os uniformes serão liberados quando a prefeitura informar quem são os médicos e enfermeiros que vão integrar as equipes.

O problema, segundo Ciro, é que a prefeitura não fez a sua parte. Quem recebe uma ambulância tem de fazer o seguro e informar quem são os profissionais da equipe, para que a secretaria confirme que estão habilitados.

A ambulância em questão é do tipo A, de “avançada”. Na verdade, é uma UTI móvel e foi devolvida ao Estado pela prefeitura de Erechim, depois de dois anos parada. A prefeitura concluiu que, para a remoção de pacientes que precisam de UTI, é mais barato contratar de terceiros do que manter uma equipe de plantão por 24 horas.

– Gastaríamos em um mês o que gastamos em um ano contratando UTI móvel nos casos que requerem esse tipo de ambulância – informa a chefe do Samu em Erechim, Elaine Grando.

Elaine garante que a ambulância foi devolvida com os equipamentos intactos – e que os uniformes nunca foram recebidos. O município tem duas ambulâncias básicas e nunca pediu uma “avançada”. Entregue no governo anterior, a UTI móvel nunca foi usada. Ficou tanto tempo parada, que, na hora de devolver, foi preciso trocar o óleo, revisar o motor e a bateria.



ALIÁS

A Secretaria da Saúde pretende entregar até o final do ano mais 21 ambulâncias do Samu para regiões que não têm serviço médico de urgência, mas depende da aceitação por parte dos prefeitos.

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