sexta-feira, 5 de abril de 2013

DOR NO BOLSO



ZERO HORA 05 de abril de 2013 | N° 17393


Limite não segura alta de remédios

Consumidor pode encontrar reajustes acima do teto determinado por fórmula do governo


CAIO CIGANA

Apesar da confirmação, ontem, de que o aumento anual dos remédios será de até 6,31%, na prática os consumidores podem encontrar reajustes bem acima do índice. A possibilidade decorre da fórmula empregada pelo governo. A correção se refere ao valor máximo que pode ser cobrado nas farmácias, normalmente acima dos valores cobrados no varejo.

Para o Instituto de Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), o fato de os medicamentos serem vendidos por preços em alguns casos bem abaixo do teto, principalmente nas maiores cidades, indica a existência de uma grande margem de lucro nas indústrias farmacêuticas e, ao mesmo tempo, uma metodologia de reajuste equivocada por não refletir a situação verificada nos balcões das farmácias. A situação foi constatada por ZH na quarta-feira. Um medicamento subiu 70%, mas mesmo assim ficou abaixo do teto.

– O preço máximo ao consumidor (PMC) é meramente ilustrativo. Está descolado da realidade – afirma a economista Ione Amorim, do Idec.

O outro lado da moeda, lembra a economista, é que em pequenas cidades, onde a concorrência é menor, o preço acaba tabelado pelo teto. Para o Idec, uma fórmula de reajuste mais justa teria de levar em conta o preço praticado pelo mercado.

A conclusão de que o teto é elevado, entende o Idec, é sustentada pelo resultado de uma pesquisa divulgada ontem pela entidade. O levantamento abrangeu 40 medicamentos – de referência, genéricos e similares – em farmácias da cidade de São Paulo. Com base no mesmo trabalho realizado em 2009, concluiu que 13 tiveram reajuste acima da inflação do período. Ou seja, subiram mais do que deveriam se seguissem à risca a fórmula do governo federal.

Outros 14 diminuíram de valor nas farmácias, indicando a existência de margens de lucro mesmo quando o que é cobrado fica aquém do PMC. Para o Idec, a existência de grande diferença entre os preços reais e o teto abre espaço para reajustes elevados, com forte impacto para os usuários.

Critério adotado também desagrada aos fabricantes

Para o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), o percentual deveria ser maior. “Mais uma vez, o governo aplicou um discutível cálculo de produtividade que reduz o índice de reajuste e prejudica muitas empresas”, disse a entidade, em nota. De acordo com o Sindusfarma, o setor sofre com pressão de custos com pessoal, insumos e matérias-primas. Alega ainda que a situação vai afetar a saúde financeira das empresas e pode comprometer investimentos e lançamento de produtos inovadores.




PAULO SANT’ANA

Dolo ou culpa

Zero Hora de ontem anunciou que em breve será publicada a portaria do governo federal que reajustará os preços dos medicamentos. E a reportagem explicita que os aumentos nos remédios irão de 2,7%, passando por 4,5%, e subindo até o máximo de 6,31%. No entanto, afirma o nosso jornal que em seu trabalho flagrou aumento de espetaculares 70% no anticoncepcional Ciclo 21. Mas como? Será que não há controle? Há tabelamento e não há controle? Não é nada igual aos combustíveis, mas tem uma certa parecência: o preço da gasolina é liberado, mas os postos combinam entre si o que vão cobrar e todos fixam o mesmo preço, muitas vezes sem sequer um centavo de diferença, o que se constitui entre nós em um vergonhoso e escarrado cartel.

Este nosso Hospital de Pronto Socorro municipal é mesmo o campeão da eficiência. Ontem, acordei-me pela madrugada, às 4h30min, com uma violenta dor no olho direito, que impedia até que eu mexesse a cabeça. Corri de táxi ainda na alta madrugada para o HPS, onde tive um tratamento sacerdotal do oftalmologista Nelson Telichevesky, que constatou que havia subido a pressão do meu globo ocular, medicando-me depois de minuciosos exames. Saí de lá orgulhoso do nosso querido Pronto Socorro.

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