segunda-feira, 8 de abril de 2013

PROTESTO DOS HOSPITAIS FILANTRÓPICOS PARALISA 5 MIL ATENDIMENTOS

ZERO HORA 08 de abril de 2013 | N° 17396

HOSPITAIS FILANTRÓPICOS

Segundo organizadores, pacientes que teriam procedimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado foram comunicados


Pelo menos 5 mil procedimentos deixarão de ser realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Rio Grande do Sul, hoje, devido a um protesto nacional dos hospitais filantrópicos contra a baixa remuneração que o governo federal oferece pelos serviços. Segundo a federação que congrega 245 estabelecimentos desse tipo no Estado, os pacientes afetados pela mobilização foram informados com antecedência sobre a remarcação de consultas, exames e cirurgias. Quem não foi avisado ou precisar de auxílio emergencial deverá ser atendido.

A defasagem na tabela da União para remunerar o trabalho dos filantrópicos – hospitais sem fins lucrativos com pelo menos 60% de vagas destinadas ao SUS – é o principal motivo da paralisação em todo o país. Segundo o presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Estado, Julio Dornelles de Matos, para cada R$ 100 que as instituições gastam para atender pacientes, recebem apenas R$ 65 do Ministério da Saúde.

– Este será um dia de alerta nacional à população e aos gestores do SUS, feito pelos 2,1 mil hospitais filantrópicos do país – sustenta Matos.

As instituições já acumulam uma dívida superior a R$ 11 bilhões com bancos, fornecedores e a própria União pelo atraso no pagamento de tributos. O temor é de que, até o próximo ano, esse rombo chegue perto de R$ 16 bilhões. Os principais problemas se concentram em quatro áreas de baixa e média complexidade que respondem por cerca de 80% dos atendimentos feitos pelo sistema público no país: clínica médica, cirurgia geral, pediatria e ginecologia e obstetrícia.

O secretário-adjunto da Saúde, Elemar Sand, afirma que o governo estadual aumentou os repasses nos últimos anos. O volume destinado aos hospitais era de R$ 61 milhões em 2010, passou para R$ 150 milhões em 2011 e chegou a R$ 283 milhões em 2012.

– Com isso, os filantrópicos recebem o previsto pela tabela do SUS mais 30% acima dela. Mas a tabela está realmente defasada – afirma Sand.

A federação garante que, para evitar transtornos, todo paciente que teve o atendimento adiado foi avisado previamente da nova data. Nos casos em que não foi possível entrar em contato, o compromisso fica mantido para hoje – assim como todos os procedimentos de caráter emergencial.

MARCELO GONZATTO

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