quarta-feira, 10 de abril de 2013

MEDIDAS AINDA NÃO ALIVIAM EMERGÊNCIAS


ZERO HORA 10 de abril de 2013 | N° 17398

CAOS NA SAÚDE

As medidas apresentadas há quase um ano pelas secretarias da Saúde do Estado e da Capital para desafogar os hospitais estão em fase de implantação, mas ainda não foram capazes de trazer alívio à sobrecarregada rede de atendimento de Porto Alegre. Um levantamento realizado em quatro das principais emergências hospitalares demonstra que elas operavam, em média, com praticamente o dobro da capacidade ontem à tarde.

Nos hospitais de Clínicas, Santa Casa, São Lucas e Conceição havia 270 pacientes internados em locais com condições adequadas para receber 138 pessoas – ou 95,6% acima da quantidade de leitos disponível. A pior situação foi verificada no Clínicas, onde havia 139 doentes ocupando um espaço onde deveria haver apenas 49 usuários do SUS. Em nenhum dos estabelecimentos existiam vagas sobrando ou em número igual à necessidade. Segundo as assessorias de imprensa dos hospitais, essa situação é constante.

Em maio passado, em meio a uma crise nos setores de urgência, os gestores do SUS em Porto Alegre e no Estado elencaram medidas destinadas a desinflar a ocupação nos estabelecimentos. Entre elas, implantação de mais unidades de atendimento, hospitais regionais e criação de novos leitos para o SUS.

Foram implantadas, até o momento, seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de um total de pelo menos 30 previstas (veja quadro). Dos três novos hospitais regionais que devem estar funcionando até o final do ano que vem, apenas o de Santa Maria está em obras. Conforme a Secretaria Estadual da Saúde, os demais estão em fase de projeto ou definição do local onde deverá ser erguido.

É preciso mais investimentos

A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre informa que um terço dos 1.077 leitos a serem entregues até o final do ano foram incorporados ao sistema público de saúde até agora. Na avaliação do presidente do Sindicato Médico do Estado, Paulo de Argollo Mendes, essas iniciativas ainda não foram suficientes para provocar um efeito positivo na rede hospitalar, defende mais investimento nos postos de saúde.

– Precisamos aumentar a resolutividade na rede básica, onde há poucos médicos porque as condições de trabalho são ruins – avalia.

MARCELO GONZATTO



HOSPITAIS SUPERLOTADOS - Situação, ontem, em algumas das emergências adultas na Capital:

São Lucas da PUCRS
13 leitos
24 pacientes
184,6% da capacidade

Conceição
50 leitos
76 pacientes
152% da capacidade

Clínicas
49 leitos
139 pacientes
283,7% da capacidade

Santa Casa
26 leitos
31 pacientes
119,2% da capacidade


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