quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

OS DESAFIOS DOS SOS EMERGÊNCIAS

CARLOS EDUARDO NERY PAES, DIRETOR-SUPERINTENDENTE DO GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO - ZERO HORA 08/12/2011


O Hospital Conceição é uma das 11 unidades hospitalares do Brasil que estão recebendo apoio do SOS Emergências, ação estratégica do Ministério da Saúde para a qualificação da gestão e da assistência em grandes hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Desde agosto, o Hospital Conceição realiza uma campanha de enfrentamento à superlotação da Emergência, que tem como objetivo melhorar o atendimento e aumentar a segurança dos pacientes.

O programa a ser lançado amanhã pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no Grupo Hospitalar Conceição (GHC), adotará medidas como a classificação de risco dos pacientes, já implantada pelo GHC em fevereiro, a organização da gestão dos leitos e do fluxo de internações e a implantação de protocolos clínico-assistenciais e administrativos. Todas as ações terão o acompanhamento de um Núcleo de Acesso e Qualidade Hospitalar, com a participação do Ministério da Saúde e do Hospital Samaritano de São Paulo, parceiro do Conceição nesse projeto.

O SOS Emergências faz parte da Rede Saúde Toda Hora e trabalhará articulado com os demais serviços de urgência e emergência, constituindo-se num indutor de construção do Plano de Ação Regional da Urgência. A iniciativa vai aprofundar a campanha realizada no Hospital Conceição, responsável pela redução em 12 horas na média de permanência na Emergência e pela queda de 47% na mortalidade nas primeiras 24 horas para pacientes críticos. Além de agilizar os diagnósticos, a campanha de enfrentamento à superlotação da Emergência possibilitou a inserção de mais pacientes no Programa de Atenção Domiciliar (PAD). Os resultados dessa iniciativa ousada e desafiadora são visíveis: pesquisa de satisfação realizada pela Ouvidoria do GHC durante os últimos três meses revela que 80% dos pacientes internados consideram o atendimento na Emergência ótimo e muito bom.

Todos sabemos que os leitos do SUS ainda são insuficientes e que é preciso avançar na organização das redes de atenção para minimizar a superlotação das emergências. Não há dúvida, também, de que são necessários mais recursos para a saúde pública no Brasil. No entanto, o objetivo dessas ações é verificar o que pode ser feito da porta para dentro do hospital, contribuindo para a solução de um problema que, de fato, não virá com uma ação isolada e de curta duração.

A experiência do GHC mostra que há um conjunto de questões internas que precisam ser enfrentadas e revela que é fundamental organizar as redes de atenção à saúde. A solução deve ser encarada de um ponto de vista global. Nossa expectativa é de que as emergências fiquem totalmente conectadas às redes de atenção, mas também que cada hospital olhe para dentro da sua estrutura e objetive permanentemente a qualificação dos seus procedimentos, para trazer mais benefícios aos usuários do SUS.

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