No Brasil, a saúde pública é tratada com descaso, negligência e impostos altos em remédios e tudo o que faz bem à saúde. Médicos e agentes da saúde são poucos e mal pagos; As pessoas sofrem e morrem em filas, corredores de ambulatórios e postos de saúde; As perícias são demoradas e burocracia exagerada; Há falta de leitos, UTI, equipamentos, tecnologia, hospitais e postos de saúde apropriados para a demanda; A impunidade da corrupção desvia recursos e incentiva as fraudes.
quarta-feira, 30 de março de 2011
CONTRASSENSO NO SUS
As extensas filas registradas em frente a um posto de saúde da Capital – situação comum em diferentes bairros da cidade e na maioria dos municípios do Interior – enfraquecem uma das premissas do Sistema Único de Saúde (SUS), que é a ênfase na prevenção. Quem depende do sistema público de atendimento é orientado a só procurar as emergências dos hospitais em situações extremas, optando pelas unidades básicas nos demais casos. Mas, quando os enfermos esbarram em filas, em horários burocráticos e na falta de profissionais da área de saúde, é sinal de que o atendimento vai mal e precisa ser melhorado para não prejudicar ainda mais a imagem do SUS.
Um dos pressupostos da eficiência no sistema da universalização do atendimento na área de saúde é justamente a facilidade na oferta dos serviços públicos nessa área. Esta, porém, é uma questão irresolvida tanto em Porto Alegre quanto na imensa maioria de municípios gaúchos. No Interior, faltam postos de atendimento básico e poucas cidades dispõem de condições para garantir atendimento hospitalar de qualidade. O resultado é um permanente vaivém de pacientes, que lotam até mesmo ônibus diários para cidades de maior porte e para a Capital.
O fim do sofrimento de pacientes desassistidos depende, acima de tudo, de decisão política e de providências elementares, como postos de saúde que, nos próprios municípios, disponham de material humano e físico adequados às necessidades. É importante também que, sozinhos ou em consórcio com cidades vizinhas, as comunidades possam contar com hospitais em condições de atender a demandas mínimas.
Se não há vagas nas emergências lotadas de hospitais e se os pacientes são obrigados a formar filas desde a madrugada em frente aos postos de saúde, parece óbvio que algo precisa ser feito – e já. Um bom começo é pôr em prática as eternas promessas de campanha eleitoral de abrir mais postos de saúde, de fazê-los funcionar em horários menos convencionais, de facilitar as consultas com especialistas e de inaugurar mais leitos para quem precisa ser internado, inclusive em condições de emergência.
EDITORIAL ZERO HORA 30/03/2011
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