Impasse prejudica socorro. O impasse que imobiliza 85 ambulâncias e veículos de apoio no Estado é motivo de inquietação entre os moradores dos 51 municípios afetados pelo problema. ZERO HORA 31/03/2011
Sem o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a sensação de desamparo tira o sono de quem sabe que as viaturas estão perto, mas não podem ser usadas.
Em Santa Maria, onde cinco ambulâncias esperam pela definição, está um dos problemas mais graves. A Secretaria Municipal da Saúde garante que, até o fim de abril, elas devem ser acionadas. Enquanto isso, o Corpo de Bombeiros do município se esmera para atender, em média, 181 chamados de emergência por mês. Pelo menos 70% dessa demanda, estima o 4º Comando Regional de Bombeiros, poderia ser atendida pelo Samu, se ele já estivesse operando na cidade.
– Hoje, se der dois acidentes ao mesmo tempo, não temos como atender a ambos – declarou o comandante do 4º CRB, Moisés Fuchs.
O problema se repete em Uruguaiana, na fronteira, onde uma motolância, uma ambulância básica e uma ambulância com UTI aguardam que a equipe seja qualificada para, finalmente, iniciar os atendimentos. Os veículos foram entregues ao município na metade do ano passado. Já são nove meses de espera. E de desperdício.
POR QUE ESTÃO SEM USO?
Demora nas contratações
O problema: para botar as ambulâncias em funcionamento, as prefeituras precisam contratar motoristas e profissionais da saúde para atuar no serviço, mas muitas ainda não fizeram isso.
A justificativa: as prefeituras consideram o processo burocrático. Como os repasses federal e estadual só começam depois de as ambulâncias entrarem em funcionamento, gestores afirmam não ter verbas. Para o Estado e a União, as prefeituras também têm de colaborar na parceria.
Verbas insuficientes
O problema: muitos prefeitos, embora tenham recebido ambulâncias, não levam o programa adiante por receio de que terão de arcar com as despesas. As prefeituras são responsáveis por 25% dos custos.
A justificativa: embora os governos federal e estadual repassem recursos mensais, a Famurs entende que deveria haver uma negociação para estabelecer reajustes anuais e garantir que os prefeitos não enfrentem dificuldades.
Falta de estrutura
O problema: para o Samu começar a funcionar, prefeituras devem equipar as ambulâncias e oferecer uma estrutura, como uma sala ou prédio, para servir de base ao serviço. Nem todas cumpriram a exigência do acordo.
A justificativa: mais uma vez, os gestores municipais cobram apoio maior dos governos estadual e federal. Voltam a reclamar que os repasses só chegam após a entrega das ambulâncias.
HISTÓRICO - Em 2008, 12 ambulâncias esperavam verba para conserto na Capital. Em 2009, 21 das 32 ambulâncias entregues aguardavam liberação. O problema perdura: em agosto de 2009, unidades permaneciam paradas
MÁFIA DAS AMBULÂNCIAS - Além da burocracia, o Brasil assiste a outro problema. A corrupção nas licitações escandalizou o país, em 2006.
No Brasil, a saúde pública é tratada com descaso, negligência e impostos altos em remédios e tudo o que faz bem à saúde. Médicos e agentes da saúde são poucos e mal pagos; As pessoas sofrem e morrem em filas, corredores de ambulatórios e postos de saúde; As perícias são demoradas e burocracia exagerada; Há falta de leitos, UTI, equipamentos, tecnologia, hospitais e postos de saúde apropriados para a demanda; A impunidade da corrupção desvia recursos e incentiva as fraudes.
quinta-feira, 31 de março de 2011
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