segunda-feira, 11 de junho de 2012

PACIENTES DESATENDIDOS

EDITORIAL CORREIO DO POVO, 11/06/2012


Em matéria de saúde, o que está ruim pode piorar, que o digam os pacientes que se dirigiram aos postos de saúde na Capital para consultas e exames agendados para a sexta-feira. Deram com as portas fechadas em função da determinação da prefeitura de decretar ponto facultativo sem realizar com antecedência os procedimentos adequados de aviso à população.

É importante frisar que não se trata apenas de um erro na comunicação, mas da própria decisão de fechar os postos de saúde em um dia útil. A saúde no Rio Grande do Sul e no país vive um momento crítico e não é possível que o sistema se dê ao luxo de estabelecer ponto facultativo quando, mesmo que funcionasse ininterruptamente, ainda assim não daria conta de todas as demandas dos necessitados.

O resultado desse imbróglio foi que as unidades de pronto-atendimento ficaram abarrotadas de pessoas esperando assistência médica. Também uma grande quantidade de pessoas, muitas se deslocando de lugares distantes, perdeu consultas e exames e agora não se sabe quando poderão ter vez novamente, pois é notório que, mesmo em condições de normalidade, a marcação de horários para atendimento constitui uma operação de risco, com agendamentos para longo prazo.

Para piorar a situação, os médicos do Sistema Único de Saúde estão marcando uma greve para esta terça-feira como protesto contra uma medida provisória que eles consideram redutora dos seus salários. É preciso que haja uma negociação com a categoria para evitar maiores prejuízos para os usuários do SUS.

Reconhecendo o erro dos órgãos municipais, o prefeito de Porto Alegre desculpou-se com a população, no que fez muito bem. Contudo, para mostrar que está realmente pesaroso pelo que ocorreu, o melhor mesmo é que determine medidas para que o acontecido não mais se repita.

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