sábado, 2 de julho de 2011

FANTASMAS - OS CRIADORES DE SERVIDORES

Bando inseriu 29 fantasmas na folha de pagamento da Secretaria Estadual de Saúde - Reportagens de Felipe Freire, Marcello Victor e Maria Inez Magalhães, O DIA, 02/07/2011

Rio - Operação Saldo Zero da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança prendeu ontem 23 pessoas acusadas de fraude na Secretaria Estadual de Saúde. A quadrilha inseriu pelo menos 29 servidores fantasmas na folha de pagamento e deu um prejuízo de R$ 220 mil em apenas três meses, de fevereiro a abril deste ano. Ao todo, 31 foram indiciados e mais 13 são investigados, entre eles, outra funcionária terceirizada da secretaria.

A líder da quadrilha é Giovana Santos, funcionária terceirizada do setor de Recursos Humanos da secretaria e já presa. Ela é acusada de incluir na folha de pagamento pessoas que nunca trabalharam lá para receber R$ 1.365 por mês. Os servidores fantasmas são amigos e vizinhos, 10 deles de uma mesma família. Giovana aproveitava para acrescentar os fantasmas quando tinha que inserir os dados de candidatos que verdadeiramente passaram em concursos públicos.

Todos sabiam da fraude e abriram contas para receber o salário com documentos verdadeiros, o que facilitou o rastreamento dos envolvidos.

Marido de Giovana, Alexandre Augusto de Moura, também foi preso. Segundo a polícia, na conta dele eram depositados três salários. Dos R$ 1.365, R$ 800 eram dados à líder e o restante ficava com o falso funcionário.

Pena para acusados pode chegar a 12 anos de prisão

A fraude foi descoberta a partir do controle dos profissionais recém-admitidos em concurso. Um funcionário do Hospital Adão Pereira Nunes, em Caxias, denunciou que lá havia duas pessoas que jamais apareciam para trabalhar.

O bando cadastrava os fantasmas como médicos, assistentes sociais e técnicos de enfermagem. Após auditoria, a Superintendência de RH da secretaria denunciou o caso à polícia.

O grupo foi indiciado por inserção de dados falsos, peculato e formação de quadrilha. Somadas, as penas chegam a 12 anos de prisão. As investigações tiveram o apoio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e Núcleo de Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil. Delegado da Draco, Alexandre Capote vai fazer o levantamento de bens do grupo para que o dinheiro seja devolvido.

Estado investe em segurança

A Secretaria Estadual de Saúde informa que desenvolve mecanismo para evitar novas fraudes. A funcionária terceirizada será desligada e tinha senha porque trabalhava no setor de pagamento. Para prevenir golpes, a folha de presença é confrontada com a de pagamento.

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