quarta-feira, 27 de julho de 2011

INCÚRIA EXPOSTA

EDITORIAL ZERO HORA 27/07/2011

É estarrecedora a história do cidadão de Alvorada que sofreu fratura exposta na noite de sexta-feira e só recebeu atendimento médico qualificado na manhã do dia seguinte, depois de bater às portas de cinco hospitais e percorrer 350 quilômetros entre o local do acidente e a cidade de Rio Grande, na Zona Sul do Estado. O drama do porteiro atropelado reflete as deficiências do sistema de saúde pública e a incompetência de gestão neste setor. Aliás, o sofrimento do homem só foi atenuado devido a um caso isolado de boa gestão administrativa, por parte da Santa Casa de Rio Grande, que tem sido um verdadeiro pronto-socorro para pacientes desesperados de várias regiões do Estado.

Tão revoltante quanto o próprio episódio são as tentativas das autoridades de se isentar de responsabilidade. A primeira providência da Secretaria Estadual de Saúde em relação ao caso referido foi emitir uma nota oficial para esclarecer que “a Central de Regulação Hospitalar realiza, somente, a regulação de leitos de UTI”. Ora, será que isso serve de consolo para uma pessoa com a perna fraturada, que não consegue ser atendida em cinco hospitais e que recebe sugestões verdadeiramente indecentes, como a de pegar um carro particular e bater às portas de uma emergência para que o atendimento não seja recusado?

Os absurdos se multiplicam. Num dos hospitais, não havia traumatologista disponível; em outro, ele não foi atendido porque não havia risco de morte; dois alegaram não ser referência em traumatologia, conforme os parâmetros do SUS. E o homem sofrendo, sem poder andar, com apenas um curativo provisório feito pelos atendentes do Samu. Como aceitar tanta incúria?

Este não é o primeiro caso de maratona de paciente atrás de atendimento. Há registros de jornadas ainda mais longas em busca de socorro e de mais tempo de espera. Deveria, porém, ser o último, se os responsáveis pelas políticas de saú

Nenhum comentário:

Postar um comentário