domingo, 26 de agosto de 2012

FALTAM MÉDICOS




ZERO HORA 26 de agosto de 2012 | N° 17173. SOBRECARGA NO POSTÃO
 
Faltam médicos em Caxias do Sul

CIRO FABRES


O número insuficiente de profissionais compromete o atendimento nas unidades básicas de saúde, o que faz com que os pacientes se concentrem no Pronto-Atendimento 24 Horas. Confira os planos dos cinco candidatos à prefeitura da cidade serrana para resolver o déficit de especialistas e a demora nas consultas.

Secretária da Saúde de Caxias do Sul, Maria do Rosário Antoniazzi admite:

– Falta, sim. Mas não tanto assim.

Refere-se ao problema crucial da saúde pública na cidade, que tem implicações em cascata: a falta de médicos, situação agravada na greve da categoria que se estendeu por mais de 400 dias em 2010 e 2011. Faltam médicos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e em algumas especialidades.

As consequências passam pelo descrédito no sistema, baseado nas UBS, e no acúmulo de pacientes no Pronto-Atendimento 24 Horas, conhecido como Postão. Essa é a face mais visível da crise da saúde pública, a demora no atendimento, que, em dias mais movimentados, chega a ser de até sete horas.

Para a secretaria, crise é palavra forte. Maria do Rosário lembra que, mesmo com a paralisação dos médicos, Caxias verificou redução significativa no índice de mortalidade infantil. Para a União das Associações de Bairro, Conselho Municipal de Saúde e Sindicato dos Médicos, não há dúvida de que os problemas são grandes. A situação é agravada pela curta jornada de trabalho dos médicos e as não raras ausências nos turnos de trabalho, que impactam o atendimento.

A causa principal para a falta de médicos é a defasagem da remuneração diante dos valores correntes no mercado de trabalho. Atualizar essa relação, que guarda um complicador legal – a isonomia salarial em relação às demais categorias de servidores –, é um dos principais desafios.

Outra alternativa para a descentralização e o desafogamento do Postão é a implantação de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em bairros populosos. Uma delas, a da Zona Norte, deve ter ordem de início assinada em setembro. Mesmo assim, Maria do Rosário diz não acreditar no que tem ouvido dos candidatos no que se refere à proposta de implantação de mais UPAs.

Essa descentralização, independentemente do tamanho em que vier a ocorrer, é outra tarefa intransferível para o novo prefeito, que deve se preocupar ainda em atualizar os leitos hospitalares de acordo com os parâmetros estabelecidos pelo governo federal. Hoje, Caxias do Sul conta com 649 leitos, dos quais 71 estão em unidades de tratamento intensivo (UTI). Seriam necessários, de acordo com o Ministério da Saúde, 828 leitos, sendo 83 deles em UTIs. A ambulancioterapia, por ser Caxias uma cidade referência para uma população superior a 1 milhão de pessoas, agrava a situação.

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