No Brasil, a saúde pública é tratada com descaso, negligência e impostos altos em remédios e tudo o que faz bem à saúde. Médicos e agentes da saúde são poucos e mal pagos; As pessoas sofrem e morrem em filas, corredores de ambulatórios e postos de saúde; As perícias são demoradas e burocracia exagerada; Há falta de leitos, UTI, equipamentos, tecnologia, hospitais e postos de saúde apropriados para a demanda; A impunidade da corrupção desvia recursos e incentiva as fraudes.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
MÉDICOS - REMUNERAÇÃO EM PRIMEIRO LUGAR
PÁGINA 10 | LETÍCIA DUARTE (INTERINA)- Remuneração em primeiro lugar - ZERO HORA 31/01/2011
O cifrão azul impresso em letras garrafais na capa da revista é simbólico, mas para quem tem dúvida a manchete esclarece: Remuneração em primeiro lugar.
Até parece uma paródia para criticar os deputados gaúchos, que aumentaram seus próprios salários em 73%, mas é mais surpreendente: trata-se da capa da revista do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul.
Publicada em dezembro, a edição destaca as conquistas salariais obtidas pelo sindicato ao longo do ano. Entende-se que seja uma das prioridades de qualquer categoria a busca por uma remuneração justa, mas, no mínimo, pode-se dizer que a manchete foi infeliz. Não apenas porque privilegia interesses corporativos, numa área de extrema relevância social, mas também porque é injusta com a conduta da maioria dos profissionais da área, que certamente não se esqueceu do juramento que fez ao se formar, de colocar a vida em primeiro lugar.
A frase soa ainda mais preocupante no momento atual, em que a prefeitura de Porto Alegre trava uma batalha para garantir que os médicos cumpram seus horários nos postos de saúde. Por mais que o modelo da fundação defendido pelo prefeito José Fortunati, que hoje concede entrevista coletiva para anunciar ações na saúde, seja questionável e mereça uma discussão criteriosa, não se pode ignorar que a ausência de médicos nas unidades é constante, como comprovou teste feito por ZH nas 44 unidades básicas de saúde (publicado na sexta).
Em texto assinado na mesma revista, o presidente do Simers, Paulo de Argollo Mendes, comemora que “a prefeitura cedeu às pressões, concedendo R$ 500 de abono aos municipários, e já elabora um plano de carreira, cargos e vencimentos”.
Ora, se a própria categoria reconhece que há um esforço público para a recuperação de perdas salariais, o mínimo que a comunidade pode esperar é que a parcela relapsa cumpra sua parte, respeitando os horários de trabalho.
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