segunda-feira, 9 de julho de 2012

NOSSOS DOENTES MERECEM RESPEITO

ZERO HORA 09 de julho de 2012 | N° 17125. ARTIGOS

Noêmia da Silva Lopes, advogada e cientista política


Na edição do dia 5/7/12, Zero Hora, em reportagem de duas páginas, retrata bem o que acontece nos hospitais públicos, por culpa de anos de má gestão de “muquiranas” no poder, como disse David Coimbra em sua coluna outro dia. E é verdade. Em decorrência da ineficiência, do descaso, da incompetência absoluta chegamos ao ponto de hoje no sistema de saúde. Sabemos todos que, tanto quanto os doentes que agonizam pelos corredores, esse sistema necessita de tratamento, mas não com métodos de aplicação de mero paliativo, para ali adiante voltar, talvez em estado pior que o atual. Precisamos de soluções buscadas por pessoas capazes, comprometidas com o atendimento de desvalidos, doentes, desde crianças em tenra idade até aqueles de idade avançada, que se encontram deitados no chão dos corredores dos hospitais ou sustentando o corpo alquebrado pela doença em uma cadeira de rodas. Sem local para tomar sequer um banho quente ou fazer suas necessidades fisiológicas. Com seu quadro de dor e miséria exposto a quantos transitam por aqueles locais de atendimento dos hospitais que atendem pelo SUS.

Quem sabe venha a solução da tal Comissão da Verdade, criada pelo governo para apurar fatos do passado, sem que se visualize resultado outro que não aquele de originar mais gastos aos cofres públicos, com o pagamento de indenizações aos “perseguidos” do regime de exceção que vigorou no país, sem culpa da esmagadora maioria dos cidadãos de bem, que hoje têm que ajudar a pagar indenizações milionárias a quem dela não necessita, pois estão muito bem, obrigado, grande parte integrando os poderes da República. Quem sabe nos insurgimos ao menos uma vez contra este estado de coisas deploráveis que está acontecendo em nosso país e nosso Estado e conseguimos mudar o rumo investigativo da tal Comissão da Verdade e ela passe, então, a procurar os culpados pelos desmandos, pela ineficiência, pela má gestão dos serviços públicos. E assim vamos também economizar com o não pagamento das indenizações cujo valor servirá para ajudar a resgatar, um pouco que seja, a dignidade e respeitar um mínimo dos direitos humanos de nossos pobres doentes.

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